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Tempestade Kirk deixa 400 mil sem luz em Portugal. Reparação de avarias será "demorada", diz E-Redes

As principais causas das avarias no terreno têm sido quedas de árvores e a projeção de ramos, que danificam postes e condutores. "Até esta altura, estão instalados no terreno 56 geradores para minimizar o impacto associado a estas avarias na rede elétrica", salienta a E-Redes.

A Spilight está a desenvolver uma tecnologia destinada a combater o congestionamento das redes.
Pedro Brutt Pacheco
09 de Outubro de 2024 às 12:23
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A passagem da tempestade Kirk por Portugal deixou um rasto de destruição nas redes de distribuição de eletricidade no país, com o operador das mesmas, a E-Redes (empresa do universo EDP, antiga EDP Distribuição) a dar conta que às 9h00 da manhã desta quarta-feira cerca de 400 mil portugueses estavam sem abastecimento de energia elétrica.

Antes disso, pelas 07h30 desta terça-feira estiveram sem eletricidade cerca de 250 mil clientes, disparando este número para 400 mil uma hora depois e baixando depois para 314 mil às 09h30, 205 mil às 11h, e 175 mil ao meio dia. 

"Às 16h30, podemos dizer que estão 48 mil clientes sem energia. Às 16h00 era 56 mil, ou seja, estão repostos quase 90% do pico de clientes afetados, incidindo sobretudo nos distritos de Viana do Castelo e Braga", disse a E-Redes no seu último ponto de situação. Além destes dois, Porto e Aveiro também estiveram entre os distritos mais afetados no país. 

"A E-Redes ativou o Plano Operacional de Atuação em Crise, às 21h00 de dia 8 de outubro, com todo o dispositivo operacional dedicado ao estado de alerta em vigor, em estreita articulação com a Proteção Civil e demais autoridades. Estão mobilizados no terreno 800 operacionais", explicou a empresa em comunicado, sublinhando que por volta das cinco horas da madrugada "os efeitos da tempestade Kirk começaram a causar grandes constrangimentos na rede elétrica".

O mesmo comunicado explica ainda que as principais causas das avarias no terreno têm sido quedas de árvores e a projeção de ramos, que danificam postes e condutores. "Até esta altura, estão instalados no terreno 56 geradores para minimizar o impacto associado a estas avarias na rede elétrica", salienta a E-Redes.

"A rede está mais estabilizada, fruto do abrandamento da tempestade e estamos integralmente mobilizados para reparar todas as avarias e repor o fornecimento integral de energia aos clientes. Contudo, face à gravidade dos danos encontrados, essa reposição será demorada", rematou ainda a empresa no mesma nota enviada aos jornalistas. 

No entanto, a E-Redes chegou a dar conta de um cenário bastante incerto: "Ainda estamos com muitos disparos na rede elétrica e nesta altura não conseguimos prever quando ocorrerá a reposição integral".
 
Com as equipas no terreno desde madrugada, a empresa decidiu entretanto "mobilizar operacionais de outras áreas geográficas para permitir uma rotação operacional e manter o esforço de recuperação na reposição da energia a todos os clientes afetados".

A E-Redes é a empresa do grupo EDP responsável pela operação da rede de distribuição de energia elétrica em Portugal continental, em baixa, média e alta tensão.

Por causa do mau tempo, sobretudo o vento forte, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou entre as 18h00 de terça-feira e as 09h00 de hoje 1.329 ocorrências, a grande maioria quedas de árvores.

"A região norte foi a mais afetada pelo mau tempo com 988 ocorrências, sendo que o maior número 415 foi registado na Área Metropolitana no Porto com muitas quedas de árvores devido à ação do vento", adiantou.

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