Notícia
Líder da UGT duvida que Governo consiga cumprir défice de 5,5%
O líder da UGT, Carlos Silva, mostrou-se hoje preocupado com a capacidade do Governo em cumprir a meta de 5,5% do défice para este ano, depois de a dívida pública ter atingido os 10,6% no primeiro trimestre.
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À margem do encerramento do congresso da UGT Coimbra, o dirigente sindical disse que "vai aguardar pela consolidação das contas", mas exortou o executivo de Passos Coelho a não se deixar intimidar com os números.
"Espero que o Governo não se assuste com estes números e que não venha com o eventual susto atirar de novo para cima dos trabalhadores e dos rendimentos do trabalho a necessidade de compor as contas públicas", referiu o sindicalista, salientando que a "consolidação orçamental está a castigar dos portugueses de forma inexorável".
Em declarações aos jornalistas, Carlos Silva salientou que se o executivo de Passos Coelho insistir na austeridade a "UGT não vai aceitar a ditadura dos números".
O dirigente sindical disse que os trabalhadores vão "aguardar que o Governo, com serenidade, bom senso e, acima de tudo, com muita sensatez e sensibilidade social, ponha acima dos interesses da troika os interesses do país e dos portugueses".
Ainda sobre a greve geral de quinta-feira, Carlos Silva disse que vão aguardar "com serenidade qual é a resposta a este repto de insubmissão dos portugueses", prometendo ser "romântico e utópico" com o Governo se o caminho a seguir for diferente, apesar de "não baixar os braços".
O líder da UGT comentou ainda a informação conhecida hoje de que troika tem dúvidas acerca do plano de cortes na despesa do Estado, considerando que o executivo "não deve ser tão submisso, nem deve estar preocupado" com esta declaração.
"O Governo deve tentar explicar aos parceiros europeus que não está em causa o cumprimento dos pagamentos do resgate, mas os efeitos que o cumprimento rigoroso e em pouco tempo está a provocar à população", sublinhou.