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Tsipras pede rapidez na revisão ao memorando para não prejudicar a economia

O primeiro-ministro grego instou o Eurogrupo a validar o mais rápido possível a revisão agora suspensa ao cumprimento do memorando helénico, considerando ser preciso não prejudicar o actual momento positivo da economia do país.

12 Alexis Tsipras – Grécia – 85,48 mil euros
REUTERS
22 de Dezembro de 2016 às 16:31
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Entre a espada das divergências que afastam mutuamente o Eurogrupo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a própria Grécia e a parede das ainda elevadas necessidades de financiamento da economia helénica, o primeiro-ministro grego apela a que seja dada luz verde à revisão periódica ao cumprimento do memorando o mais rápido possível.

 

"O nosso objectivo é concluir a segunda revisão em tempo oportuno para que a dinâmica positiva" da economia grega não seja colocada em causa, afirmou esta quinta-feira, 22 de Dezembro, Alexis Tsipras citado pela Reuters.

 

Tsipras defende que "a Grécia tem agora os requisitos básicos que poderiam possibilitar entrar autonomamente nos mercados de dívida em 2017", pelo que garante ser fundamental evitar atirar a Grécia para a recessão profunda dos últimos sete anos precisamente num momento em que a economia está à beira da recuperação. O também líder do Syriza sublinhou as projecções governamentais que antecipam crescimentos económicos de 2,7% do PIB em 2017 e de 3,1% em 2018.

 

"É minha convicção profunda (…) que não há nenhuma instituição europeia que possa querer interromper este itinerário" de recuperação económica, atirou Tsipras que reitera ainda que "ninguém quererá revisitar a incerteza em torno das perspectivas para o país".

 

O líder do Executivo grego falava esta manhã numa conferência, em Atenas, no âmbito da apresentação de uma linha de crédito de mil milhões de euros, lançada pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), destinada aos bancos gregos, para que estes possam canalizar capital para as pequenas e médias empresas (PME) e apoiar empresas promotoras de emprego jovem.


Werner Hoyer, presidente do BEI, notou que o acordo agora assinado respeita as principais prioridades da instituição europeia, "designadamente a melhoria do acesso a financiamento das PME, a coluna vertebral de qualquer economia".

 

Depois dos elogios recebidos, inclusivamente da parte do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), à prossecução das reformas inscritas no programa de assistência financeira à Grécia assinado no Verão de 2015, e que permitiram validar com mais de meio ano de atraso a primeira avaliação trimestral à implementação do memorando, a segunda avaliação está bloqueada.

 

Além de terem sido suspensas as conversações entre as autoridades helénicas e o Grupo de Trabalho do Eurogrupo para a segunda avaliação, a Zona Euro interrompeu, na semana passada, a adopção das medidas de alívio da dívida pública grega acordada no início deste mês.

 

Esta suspensão surgiu na sequência da decisão do Governo grego repor um bónus de Natal (ainda assim de valor inferior ao 13º mês) aos pensionistas mais necessitados. A decisão do Executivo chefiado por Tsipras de recorrer ao excedente orçamental primário previsto para 2016 para repor rendimentos foi tomada unilateralmente, o que provocou enorme descontentamento junto da Comissão Europeia. 

Também na semana passada o FMI reiterou a divergência em relação à posição dos parceiros europeus no que concerne ao programa grego, sustentando que a austeridade imposta à Grécia já "foi longe de mais" e que a meta de 3,5% do PIB definida para o excedente primário coloca em causa as possibilidades de recuperação da economia helénica. Posição esta que adensou as reticências quanto à participação financeira do Fundo neste resgate em curso, uma vez que a instituição sediada em Washington continua a fazer depender a entrada neste memorando da disponibilidade da Zona Euro para resolver o problema da dívida pública grega, que o FMI considera "insustentável". 

De acordo com fontes governamentais gregas e europeias citadas pela Reuters, o Governo helénico e os negociadores destacados pelo Eurogrupo discutiram, esta quarta-feira em Atenas, a hipótese de Atenas dar garantias de que não irá replicar medidas tais como a reposição do 13º mês aos pensionistas por forma a ver aprovada a segunda avaliação e assim ver desbloqueada a próxima tranche prevista num programa que pode ascender aos 86 mil milhões de euros em três anos. 

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