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Tsipras rejeita mais medidas para aumentar receitas
Persiste o confronto entre Atenas e os credores, estando num impasse a aprovação da revisão ao programa grego. O primeiro-ministro rejeita mais medidas e não vê necessidade de eleições antecipadas.
O Governo grego não vai propor mais medidas que pressuponham um aumento das receitas do Estado. A garantia é do primeiro-ministro Alexis Tsipras, numa altura em que persiste num impasse na aprovação da revisão do programa de ajustamento grego e aumenta a tensão entre Atenas e os credores.
"Garantimos categoricamente que não vai haver legislação para medidas adicionais que representem sequer um euro de receitas, além das que estão incluídas no acordo de resgate", disse o primeiro-ministro grego, em entrevista ao jornal Efimerida.
Acrescentou que "qualquer exigência para serem implementadas medidas adicionais, como condição [para aprovação da revisão], não está de acordo com Constituição grega e viola as regras da democracia".
Estas declarações surgem numa altura em que cresce a tensão entre Atenas e os credores internacionais. O comissário europeu Pierre Moscovici já alertou que a revisão do programa de resgate grego não vai ser aprovada na reunião do Eurogrupo agendada para quinta-feira.
"Vamos ver como conseguiremos uma conclusão rápida … mas é nesta altura óbvio que [um acordo] não será atingido quinta-feira", disse Moscovici, que também tem afirmado que não serão exigidas a Atenas medidas adicionais.
Os credores europeus não aceitam as metas orçamentais de Atenas e exigem mais reformas na área laboral e do sector energético. A Comissão Europeia pretende que Atenas se comprometa com um excedente orçamental equivalente a 3,5% do PIB. De acordo com o FMI, a menos que Atenas implemente mais medidas além das previstas, o excedente será de apensa 1,5% do PIB.
Atenas apenas se compromete a estender até 2019 o mecanismo de contingência que corta os reembolsos caso as metas orçamentais fiquem aquém do esperado. Mas recusa mais medidas legislativas.
Na Grécia cresce a expectativa que este diferendo entre o Governo e os credores vai resultar em eleições antecipadas, até porque o Syriza está atrás da Nova Democracia nas sondagens.
Mas Tsipras rejeita este cenário. "Qual seria o propósito de ter eleições agora? Nem tenho a certeza que a Nova Democracia o queira. Fez o pedido porque foi obrigada", afirmou.