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Regling: Grécia pode repetir "sucesso" de Portugal

O presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade diz que Atenas está ainda a tempo de se juntar às "histórias de sucesso" dos outros quatro países alvo de resgates: Portugal, Espanha, Irlanda e Chipre. E que a agitação da crise da dívida soberana ficou "bem para trás".

Bruno Simão/Negócios
16 de Janeiro de 2017 às 15:18
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O presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling (na foto), defende que, apesar de se tratar de um "caso especial", a Grécia ainda vai a tempo de se transformar num "caso de sucesso" ao sair positivamente do programa de assistência financeira, como – considera - aconteceu com outros resgates apoiados pelo mecanismo, incluindo o de Portugal.


"Quatro destes cinco países são agora histórias de sucesso: Irlanda e Espanha, por exemplo, têm das maiores taxas de crescimento da Europa. A Grécia continua a ser um caso especial, mas também pode fazer uma saída bem sucedida do programa, enquanto Portugal e o Chipre saíram com sucesso dos respectivos programas de resgate," afirma o responsável num artigo de opinião publicado esta segunda-feira, 16 de Janeiro, no South China Morning Post.


Portugal fechou em Maio de 2014 o seu programa de assistência económica e financeira que durou três anos, no valor de 78 mil milhões de euros, sem "programa cautelar", no que foi designado pelo Governo da altura como uma "saída limpa".

Já a Grécia vai no terceiro programa de resgate em seis anos. Tem em curso um programa de assistência, assinado no Verão passado e que poderá fazer chegar ao país até 86 mil milhões de euros em três anos, mas desta vez sem a participação do Fundo Monetário Internacional (FMI).


No final do ano passado, o ministro grego das Finanças, Euclid Tsakalotos, assegurou ao MEE que activaria um mecanismo de contingência orçamental se falhar as metas para os excedentes primários. Uma garantia dada duas semanas depois de o Eurogrupo ter suspendido a aplicação de medidas de alívio da dívida grega na sequência de Atenas ter decidido repor o 13º mês aos pensionistas gregos que auferem até 850 euros por mês.


Regling defende no artigo de opinião que estes cinco países já beneficiaram de apoios conjuntos de 280 mil milhões de euros, um montante que é o triplo do concedido pelo FMI a nível global no mesmo período de tempo.


E com custos de financiamento que, refere, são um terço dos cobrados pelo FMI, além das vantagens que os accionistas do mecanismo têm em caso de necessidade - só a Grécia, afirma, poupa 8 mil milhões de euros por ano.


"O nosso empréstimo a cinco países nos últimos seis anos tornou o MEE – juntamente com o seu antecessor, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira  - no maior mecanismo regional de financiamento do mundo," acrescentou.


Regling diz-se ainda confiante de que o período de agitação da crise da dívida soberana está "bem para trás" mas que ninguém pode travar a próxima crise financeira.

"Quando chegar vai ser confortante saber que o mundo tem estado a trabalhar num sistema de defesa que se está a tornar mais robusto e que conseguirá amortecer as suas piores consequências para os cidadãos", defendendo que é necessário vigilância para detectar antecipadamente sinais de fragilidade e garantir o uso adequado dos recursos regionais.

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