Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Economistas consideram que referendo grego “não vai exonerar UE de responsabilidades”

Num artigo escrito a várias mãos, um conjunto de economistas sustentou que um referendo que venha a ditar a saída da Grécia da Zona Euro “não exonera a UE das suas responsabilidades”. Estes economistas realçam que os dois resgates gregos constituíram “um colossal resgate a credores privados”.

21 de Maio de 2015 às 10:32
  • 4
  • ...

Num artigo conjunto publicado esta quinta-feira, 21 de Maio, em vários jornais, um conjunto de economistas defendeu que "um referendo grego não exonerar a UE de responsabilidades". Para estes economistas é ainda imprevisível o resultado que venha a sair de um eventual referendo sobre as reformas que venham a ser acordadas entre a Grécia e as instituições credoras.

 

"Se os eleitores gregos decidirem, em referendo, seguir a via de um programa económico sério e de transformação institucional, o novo governo grego obteria a necessária legitimidade para ajustar a sua agenda", escrevem os economistas em representação dos Grupos Eiffel e Glienicker.

 

O primeiro-ministro Alexis Tsipras já assegurou que promoverá uma consulta popular para que o povo helénico possa decidir sobre um hipotético acordo final abrangente de reformas, a acordar entre Atenas e o Grupo de Bruxelas, e que vá além do mandato atribuído pelo eleitorado nas eleições de 25 de Janeiro.

 

"Se os cidadãos gregos decidirem noutro sentido, fá-lo-ão conhecendo as implicações, incluindo a possibilidade de saída da Grécia do euro", refere este grupo que inclui nomes como Yves Bertoncini ou Henrik Enderlein.

 

Numa altura em que permanece impasse nas negociações apesar dos "progressos" alcançados nas últimas semanas, segundo palavras de personalidades envolvidas nas negociações, o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, reiterou que não aplicará mais medidas de austeridade e defendeu a premência de um acordo ajustado às necessidades da Grécia.

 

Os economistas do Grupo Eiffel e do Grupo Glienicker sustentam, precisamente, que "temos de reconhecer que os dois programas de suporte [e assistência] foram um colossal resgate a credores privados, no mínimo àqueles sediados na França e na Alemanha". Algo que foi feito "à custa dos contribuintes europeus", garantem.

 

Perante a incerteza oferecida pelo cenário habitual, com a Grécia a admitir que nas actuais circunstâncias não poderá cumprir os pagamentos previstos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para o próximo mês de Junho, o artigo daqueles economistas afirma que "a tragédia grega não pode continuar" e assegura que a concretização do "Grexit" representaria um "falhanço político colectivo". 

 

Esta quarta-feira, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, reconheceu que a possibilidade de a Grécia entrar em incumprimento é uma hipótese real. Por outro lado, a Grécia pediu ontem ao Banco Central Europeu (BCE) um novo aumento da linha de liquidez de emergência (ELA) de 1,1 mil milhões de euros, mas numa decisão oficializada etsa manhã, a instituição presidida por Mario Draghi apenas concedeu elevar a linha de emergência para a banca grega em 200 milhões de euros. 

Ver comentários
Saber mais Grécia Referendo Yanis Varoufakis Grupo de Eiffel Grupo de Glienicker UE FMI Wolfgang Schäuble BCE
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio