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Schäuble não exclui incumprimento na Grécia

No dia em que Atenas voltou a ameaçar não pagar o próximo reembolso ao FMI, o ministro alemão das Finanças recusou-se a garantir, como fez em 2012, que o cenário de incumprimento de um país do euro não se possa materializar. Mas repetiu que acredita num acordo entre a Grécia e os seus credores antes de o país ficar sem fundos.

11 de Maio – Schäuble antes de mais uma reunião do Eurogrupo
“Se a Grécia quiser fazer um referendo, poderá ser útil. Poderá ser acertado perguntar ao povo grego para que decidam se estão dispostos a aceitar o que é necessário [para permanecer no euro] ou se querem uma alternativa”.
Reuters
20 de Maio de 2015 às 16:57
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O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, não excluiu a possibilidade de a Grécia falhar pagamentos aos credores, como foi hoje, de novo, admitido pelo próprio Governo grego.

 

Questionado sobre se repetiria a garantia que deu em 2012, de que a Grécia não deixaria de pagar aos credores a tempo e horas, o ministro alemão das Finanças respondeu: "Sabendo que há a tendência de escrever as declarações de ministros das Finanças na pedra, teria de pensar muito bem antes de repetir isso nas actuais circunstâncias".

 

Em entrevista ao Wall Street Journal e ao Les Echos, o ministro repetiu, porém, que acredita num acordo entre a Grécia e os seus credores antes de o país ficar sem fundos. "Há mais progressos no ambiente do que na substância das negociações. (…) Mas estamos lá. As negociações entre a Grécia e as três instituições sempre foram difíceis mas sempre resultaram no passado".

 

Sobre a possibilidade de um terceiro resgate, o ministro respondeu com a promessa que vem do Eurogrupo de Novembro de 2012. Nessa altura, ficou escrito que "se a Grécia, uma vez concluído o actual programa, tivesse atingido um excedente primário, cumprisse os seus compromissos mas continuasse a ter necessidades financeiras, reflectiríamos sobre essa possibilidade". "Essa afirmação – acrescentou - permanece válida, embora as condições se tenham tornado mais frágeis". "A Grécia não completou o programa, não tem um excedente primário e diz que não quer um terceiro programa".

 

Em entrevista à estação de televisão ANT1, Nikos Filis, presidente do Parlamento grego, avisou que o país não tem dinheiro para fazer o reembolso ao FMI a 5 de Junho. Como os salários e as pensões estão primeiro, se não houver acordo, os credores "não receberão qualquer dinheiro".

 

"Agora é o momento das negociações avançarem. É o momento da verdade, a 5 de Junho", alertou Nikos Filis.

 

O último pagamento realizado pela Grécia ao FMI foi a 12 de Maio, sendo que os 750 milhões de euros foram pagos através da conta de depósito de emergência que Atenas, tal como os restantes países-membros, tem na instituição liderada por Lagarde, num sinal claro de falta de fundos para fazer face a estes encargos.

 

O jornal grego Ta Nea noticiou que Alexis Tsipras vai apresentar na Cimeira Europeia, agendada para 21 de Maio, um plano de reestruturação da dívida, que estará ligado ao crescimento do país, revela a publicação, sem revelar onde obteve a informação, citada pela Bloomberg.

 

 

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