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Varoufakis diz que dívida grega “não é sustentável” e reconhece dificuldades em pagar ao BCE (act.)

O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, afirmou, numa conferência em Atenas, que há obrigações para com o Banco Central Europeu que têm de ser adiadas "para um futuro distante". Porta-voz do governo grego garantiu pouco depois que a dívida da Grécia para com o banco central será paga.

14 de Maio – Varoufakis diz que dívida grega “não é sustentável” e reconhece dificuldades em pagar ao BCE

“Como é que isto podia ser feito? Através de um 'swap'. A ideia de um 'swap' entre o governo grego e o BCE enche de medo a alma do senhor Draghi. Porque, como sabem, o senhor Draghi está numa grande luta com o Bundesbank, que está a lutar contra o 'quantitative easing'. O senhor Weidmann [governador do banco central alemão] é um dos maiores opositores”
Bloomberg
14 de Maio de 2015 às 10:03
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O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, admitiu esta quinta-feira, 14 de Maio, que a dívida grega "não é sustentável" e que alguns reembolsos ao Banco Central Europeu têm de ser adiados ou pagos por novos empréstimos europeus.

 

"Ao longo de Julho e Agosto, o Ministério das Finanças terá de pedir emprestado cerca de 6,7 mil milhões de euros aos seus parceiros, de uma forma ou de outra, para pagar títulos do programa SMP", afirmou Varoufakis, numa conferência organizada pela "Economist" em Atenas, referindo-se aos títulos comprados pelo BCE ao abrigo do extinto Securities Market Programme (SMP) - o programa criado em 2010 pela mão de Jean-Claude Trichet, que comprou dívida grega, portuguesa, irlandesa, espanhola e italiana no mercado secundário para aliviar a pressão sobre estes países. 

 

O ministro das Finanças acrescentou que estão por pagar cerca de 27 mil milhões de euros desses títulos, que têm de ser reembolsados nos próximos meses ou anos. "Estas obrigações devem ser adiadas para um futuro distante. Isso é claro", adiantou. 

 

"Como é que isto podia ser feito? Através de um 'swap'. A ideia de um 'swap' entre o governo grego e o BCE enche de medo a alma do senhor Draghi. Porque, como sabem, o senhor Draghi está numa grande luta com o Bundesbank, que está a lutar contra o 'quantitative easing'. O senhor Weidmann [governador do banco central alemão] é um dos maiores opositores", disse.

 

Ao contrário do que o ministro sugere, não é possível ao governo grego (nem a nenhum outro) renegociar directamente com o BCE os termos do reembolso dos seus títulos de dívida. Se tiver o acordo dos seus parceiros europeus, Atenas pode é pedir um novo empréstimo ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (que oferece condições muito favoráveis) para pagar a dívida ao BCE a tempo e horas. Isso significaria, porém, pedir um novo resgate à Europa, palavra que Atenas quer evitar.

 

Varoufakis levantou o véu sobre o andamento das negociações entre Atenas e os parceiros internacionais, reconhecendo que a Grécia "concorda" com os seus credores na maioria das questões, incluindo na necessidade de reformar o sistema de segurança social, que não é mais "viável".

 

O Governo concorda que a Grécia "vai afundar" sem reformas, admitiu o ministro das Finanças. No entanto, o Executivo ainda não chegou a um entendimento com os credores, na medida em que um acordo entre as partes terá de conduzir "à recuperação económica". "A Grécia não vai assinar um acordo com políticas que não possam ser implementadas só para obter a próxima tranche do empréstimo", justificou.

 

(Notícia actualizada às 12h15)

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