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Grécia não quer aumentar o IVA nas ilhas mas concorda com reforma nas pensões
O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, admitiu que o seu Governo já concordou com os credores na maioria das questões, incluindo na necessidade de reformar o sistema pensionista e a segurança social. O país "vai afundar" sem reformas, reconheceu Varoufakis.
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O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, esclareceu esta quinta-feira, 14 de Maio, que o Executivo quer concluir rapidamente a última revisão do programa, não estando disponível, contudo, para assinar um acordo com políticas inviáveis só para obter a última tranche do financiamento.
"A Grécia não vai assinar um acordo com políticas que não possam ser implementadas só para obter a próxima tranche do empréstimo", afirmou o responsável que está, desde Fevereiro, a negociar com a troika reformas estruturais e medidas de consolidação orçamental para que Atenas possa aceder à última 'tranche' do programa de resgate, de 7,2 mil milhões de euros.
"Queremos concluir rapidamente a revisão do programa. Mas quando há tantos obstáculos, acho que é realmente difícil assinar um acordo com 100 questões espinhosas que irão prejudicar o país", acrescentou Varoufakis, num discurso em Atenas.
Apesar da relutância, o ministro das Finanças reconheceu que o seu Governo já concordou com os seus credores na maioria das questões, incluindo na necessidade de reformar o sistema pensionista e de segurança social que, segundo Varoufakis, já "não é sustentável". As reformas nas pensões, no mercado de trabalho e as privatizações foram os temas que mais divisões criaram entre Atenas e os credores, com as instituições a pedirem mais avanços nestas áreas.
Quanto à subida do IVA, o responsável sublinhou que "não há qualquer hipótese" de aumentar este imposto nas ilhas gregas até Setembro. "Estive sob imensa pressão para alterar as taxas do IVA nas ilhas gregas. Acho é necessária uma explicação psiquiátrica para o facto de, cada vez que vou a Washington, me perguntarem sobre o IVA nas ilhas quando há tantas outras questões importantes para discutir", contou. "As instituições credoras têm certas fixações".
Varoufakis considerou também que o acesso ao programa de flexibilização quantitativa (QE) do Banco Central Europeu teria sido "especialmente positivo" para a Grécia.
"Essencialmente, teria permitido que regressássemos aos mercados mais rapidamente. Mas claro, o senhor Draghi não está a realizar este programa para resolver os nossos problemas".
A economia da Grécia caiu em recessão no primeiro trimestre deste ano, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo gabinete estatístico da União Europeia. Hoje, Varoufakis admitiu que o país "vai afundar" sem reformas.