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Merkel, Hollande e Lagarde pedem pressa à Grécia

A chanceler alemã e o presidente francês pedem "progressos decisivos" ao nível técnico, mas estão na disposição de se encontrarem com Alexis Tsipras nesta semana, à margem da cimeira de Riga, escreve a Bloomberg. Em Washington, Lagarde repete que há evoluções positivas nas negociações, mas a um ritmo "demasiado lento". Dijsselbloem corrobora.

Reuters
19 de Maio de 2015 às 17:43
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A chanceler alemã e o presidente francês apelaram nesta terça-feira, 19 de Maio, a Atenas para que acelere as negociações com o grupo de Bruxelas – a antiga troika – no sentido de alcançar "progressos decisivos" ao nível técnico até ao fim deste mês de Maio.

"Esperamos que progressos decisivos possam agora ser feitos nas instâncias competentes, particularmente no chamado Grupo de Bruxelas", que integra economistas das instituições da troika e representantes gregos, disse Angela Merkel. A Grécia "está confrontada com necessidades [financeiras] que não podem esperar", advertiu, por seu turno, François Hollande.

 

Falando em Berlim, no quadro de uma conferência em que ambos participaram, Merkel e Hollande terão ainda manifestado disposição para se encontrarem com Alexis Tsipras nesta semana, à margem da cimeira de Riga, escreve a Bloomberg.

 

Em Washington, Christine Lagarde disse que há evoluções positivas nas negociações, mas a um ritmo "demasiado lento". Idêntica mensagem passou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. "Estamos em negociações intensas com os gregos e estamos a fazer progressos, embora o diga com cautela".

 

O actual programa de assistência financeira à Grécia expira no fim de Junho e é no seu quadro que os governos europeus estão autorizados pelos respectivos parlamentos a proceder a uma última transferência para o país, que estará à beira da bancarrota. Juntando os fundos do FMI, a fatia que está pendente de um acordo de políticas e reformas com Atenas ascende a 7,2 mil milhões de euros.

 

Esta manhã, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou esperar um acordo ainda no fim de Maio ou início de Junho, tendo, no entanto, afastado a possibilidade de este acontecer na cimeira europeia dedicada à política europeia de vizinhança que terá lugar em Riga nesta quinta e sexta-feira. O presidente do Executivo de Bruxelas disse estar pessoalmente envolvido nas negociações mas negou a alegada autoria de um novo plano, segundo o qual a Comissão Europeia admitia antecipar as transferências para Atenas e aceitaria que as reformas reclamadas pela troika fossem legisladas mais tarde. "Não existe nenhum plano Juncker. Esse rumor que apareceu na imprensa grega e britânica não é verdadeiro", disse em Estrasburgo, numa altura em que corre nas redes sociais um outro rumor de que esse plano seria da autoria do ministro grego das Finanças.

 

Em entrevista ontem à noite à Star TV grega, Yanis Varoufakis afirmou que Atenas e os parceiros europeus devem chegar a acordo no espaço de uma semana. "Penso que estamos muito perto… talvez uma semana", afirmou, acrescentado que a Grécia não assinará nenhum acordo que não inclua uma reestruturação da dívida. O ministro grego das Finanças recusou qualquer responsabilidade do seu Governo na falta de liquidez do país e acusou os parceiros europeus de terem adoptado uma "táctica de negociação dura". Ainda assim, assegurou que Atenas vai conseguir pagar todos os salários e pensões até ao final de Maio.

Vários jornais gregos noticiaram neste fim-de-semana que Alexis Tsipras escreveu aos responsáveis da Comissão Europeia, do FMI e do Banco Central Europeu para os avisar de que a Grécia não conseguiria reembolsar 750 milhões de euros ao FMI na data prevista (12 de Maio), a não ser que os seus credores aceitassem transferir para os cofres gregos a última parcela do actual programa de resgate, no total de 7,2 mil milhões de euros. Atenas acabou por reembolsar o FMI, mas com a conta de depósito de emergência que os países-membros devem manter junto do próprio FMI. O próximo reembolso ao FMI, no valor de 302,5 milhões de euros, está agendado para 5 de Junho.

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