A Turquia vai libertar 38 mil prisioneiros condenados por crimes cometidos antes de 1 de Julho, anunciou nesta quarta-feira, 17 de Agosto, o ministro turco da Justiça.

A decisão está aparentemente relacionada com a sobrelotação das prisões depois da tentativa de golpe de Estado do passado dia 15 de Julho. Desde então, 35 mil pessoas foram detidas para interrogatório e cerca de 11 mil foram liberadas, havendo actualmente cerca de 17 mil em prisão preventiva – incluindo soldados, polícias, juízes e jornalistas –, enquanto outras 5.600 ainda esperam a decisão da Justiça. O grande número de novos presos terá sobrelotado as cadeias já saturadas do país.

O ministro da Justiça, Bekir Bozdag, numa série de 19 mensagens difundidas através das redes sociais, sublinhou que a medida "não se trata de uma amnistia", que vai ser aplicada apenas aos presos que cometeram crimes antes do dia 1 de Julho e que tinham dois anos ou menos para cumprir de pena, oferecendo ainda liberdade condicional aos detidos que já cumpriram metade das suas condenações. Segundo as mesmas mensagens, citadas pela France Presse, a ordem do governo não é aplicada aos condenados por assassinato, terrorismo ou crimes contra a segurança de Estado, tais como os milhares de pessoas supostamente envolvidos no golpe falhado de 15 de Julho.

Num outro decreto, também emitido nesta quarta-feira, o governo dispensou mais 2.300 membros da polícia e demitiu 136 militares e 196 empregados da área das tecnologias da informação das administrações públicas. A crescente repressão do governo gera preocupações entre nações europeias e entidades de direitos humanos, que pedem moderação ao regime de Erdogan.