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Turquia prende, despede e saneia 50 mil pessoas após tentativa de golpe

As réplicas da tentativa de golpe de Estado na Turquia, no passado dia 15 de Julho, ainda se fazem sentir no território que liga a Europa à Ásia.

Multidão de populares perto do aeroporto Ataturk, Istambul
Reuters
19 de Julho de 2016 às 22:37
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O governo de Ancara estendeu esta quinta-feira a perseguição a alegados suspeitos de colaborar ou simpatizar com o golpe de Estado, falhado, do passado dia 15 de Julho.

Desta feita foram sobretudo funcionários sob a tutela da Educação, dos serviços secretos do país e das autoridades religiosas os visados, resume a Reuters. Cerca de 50.000 soldados, policias, juízes, funcionários públicos da administração e professores foram suspensos ou detidos desde a tentativa de golpe, aumentando a tensão social e política na Turquia.

Com 80 milhões de habitantes, a Turquia, membro da NATO, faz fronteira com a Síria, Iraque, Irão, Arménia, Geórgia, Bulgária e Grécia.

"Esta organização terrorista paralela deixará de ser um peão eficaz para qualquer país", afirmou o primeiro-ministro turco Binali Yildirim esta terça-feira, citado pela Reuters, referindo-se ao que o seu executivo há muito considera ser um Estado dentro de um Estado controlado pelos seguidores de Fethullah Gülen, exilado nos EUA. "Iremos desenterrá-los pelas raízes", afirmou Binali Yildirim.

Esta quinta, as autoridades turcas voltaram a somar novos números: 15.000 funcionários suspensos do ministério da Educação, assim como 100 membros dos serviços secretos do país.

Na Educação, mas fora dos serviços do Ministério, 21 mil professores que trabalham para instituições privadas viram a sua licença para ensinar ser revogada e a 1.577 reitores de universidades do país, públicas e privadas, foi exigido que se demitissem.

Mais 492 pessoas foram retiradas de funções na direcção de Assuntos Religiosos, 257 no gabinete do primeiro-ministro turco e 300 no ministério da Energia.

A Reuters adianta que cerca de 1.500 funcionários do ministério das Finanças foram também retirados das suas responsabilidades, assim como foram suspensos de funções 3.000 juízes e procuradores.

A licença de férias foi suspensa a mais de 3 milhões de funcionários públicos.

Nas forças militares, um tribunal mandou colocar sob custódia 26 generais e almirantes na segunda-feira. Já esta terça-feira soube-se que mais de 6.000 soldados foram detidos desde a tentativa de golpe.

Na polícia, 8.000 oficiais foram removidos dos seus postos, também por suspeita de ligações ao golpe.

Há 9.322 pessoas sob algum tipo de procedimento legal, neste momento, devido ao golpe falhado, garantiu Numan Kurtulmus, vice primeiro-ministro turco.

Entre sexta e sábados, 15 e 16 de Julho, a Turquia vivem momentos de tensão, por tentativa de golpe militar que parou o país, com o resultado de 200 mortos e 1.400 pessoas feridas.

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