Notícia
Depois do golpe falhado, a purga
O golpe de Estado na Turquia, na sexta-feira, falhou. Agora está em marcha a purga, havendo mais de 6.000 detidos, incluindo militares e juízes. Mas a comunidade internacional está atenta
Negócios
17 de Julho de 2016 às 21:22
Depois da tentativa de golpe de Estado na Turquia, parece ser hora de "arrumar a casa". Após cinco horas de confrontos, na sexta-feira, 15 de Julho, que se saldaram em 290 mortos entre revoltosos, civis e forças leais ao presidente Recep Tayyip Erdogan - segundo o mais recente balanço do governo -, a acção dos revoltosos falhou.
O controlo do país foi recuperado e agora está a ser feita uma "purga". O ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag, disse no domingo que cerca de 6.000 pessoas foram detidas em "operações de limpeza" e antecipou que o número deverá subir.
Entre os detidos encontram-se comandantes das Forças Armadas, juízes, procuradores e o adjunto militar do Presidente turco, Ali Yazici, que estava a trabalhar com Recep Erdogan desde Agosto passado.
Binali Yildirim, o primeiro-ministro da Turquia, afirmou no sábado que o golpe de Estado que foi travado representa um "novo começo" para as relações entre os principais partidos do país. E acusou os golpistas de serem "terroristas".
Mas apesar de a "paz" estar reposta na Turquia, vão surgindo ainda, esporadicamente, relatos de alguma agitação. Este domingo, forças de segurança turcas e soldados golpistas envolveram-se em confrontos numa base aérea no centro da Turquia, durante uma operação policial, relatou um responsável militar citado pela Lusa. Mas foi uma acção de pouca dura: pouco depois a operação estava terminada, tendo sido detidos sete militares.
Recep Erdogan, entretanto, já aludiu à possibilidade de a Turquia repor a pena de morte no país. Contudo, apesar de a comunidade internacional e os próprios partidos da oposição na Turquia terem condenado esta acção de um grupo de militares – Erdogan acusa o líder do Movimento Gülen [exilado nos EUA] de ser o mentor do golpe, mas este desmente – a tentativa de golpe de Estado "não dá um cheque em branco" ao presidente turco, advertiu no domingo o chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, que apelou a Ancara para respeitar o Estado de Direito. Erdogan pediu aos EUA a extradição Fethullah Gülen, mas o secretário de Estado John Kerry pediu provas concretas do seu involvimento.
Marcelo Rebelo de Sousa também se pronunciou, desejando a vitória da "paz, estabilidade, unidade" na Turquia, na sequência da tentativa de golpe de Estado, mas sublinhando que é preciso defender o primado do Estado de Direito democrático e direitos fundamentais.
"O Ministro dos Negócios Estrangeiros já referiu a posição portuguesa e a posição do Presidente é a de esperar que vença a causa da paz, estabilidade, unidade e do respeito pelos princípios do Estado de Direito democrático e dos direitos fundamentais das pessoas", disse Marcelo, à margem da inauguração do monumento do centenário da aviação militar portuguesa, em Vila Nova da Rainha, Azambuja.
O controlo do país foi recuperado e agora está a ser feita uma "purga". O ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag, disse no domingo que cerca de 6.000 pessoas foram detidas em "operações de limpeza" e antecipou que o número deverá subir.
Binali Yildirim, o primeiro-ministro da Turquia, afirmou no sábado que o golpe de Estado que foi travado representa um "novo começo" para as relações entre os principais partidos do país. E acusou os golpistas de serem "terroristas".
Mas apesar de a "paz" estar reposta na Turquia, vão surgindo ainda, esporadicamente, relatos de alguma agitação. Este domingo, forças de segurança turcas e soldados golpistas envolveram-se em confrontos numa base aérea no centro da Turquia, durante uma operação policial, relatou um responsável militar citado pela Lusa. Mas foi uma acção de pouca dura: pouco depois a operação estava terminada, tendo sido detidos sete militares.
Recep Erdogan, entretanto, já aludiu à possibilidade de a Turquia repor a pena de morte no país. Contudo, apesar de a comunidade internacional e os próprios partidos da oposição na Turquia terem condenado esta acção de um grupo de militares – Erdogan acusa o líder do Movimento Gülen [exilado nos EUA] de ser o mentor do golpe, mas este desmente – a tentativa de golpe de Estado "não dá um cheque em branco" ao presidente turco, advertiu no domingo o chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, que apelou a Ancara para respeitar o Estado de Direito. Erdogan pediu aos EUA a extradição Fethullah Gülen, mas o secretário de Estado John Kerry pediu provas concretas do seu involvimento.
Marcelo Rebelo de Sousa também se pronunciou, desejando a vitória da "paz, estabilidade, unidade" na Turquia, na sequência da tentativa de golpe de Estado, mas sublinhando que é preciso defender o primado do Estado de Direito democrático e direitos fundamentais.
"O Ministro dos Negócios Estrangeiros já referiu a posição portuguesa e a posição do Presidente é a de esperar que vença a causa da paz, estabilidade, unidade e do respeito pelos princípios do Estado de Direito democrático e dos direitos fundamentais das pessoas", disse Marcelo, à margem da inauguração do monumento do centenário da aviação militar portuguesa, em Vila Nova da Rainha, Azambuja.