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PM turco diz que 15 de Julho foi "festival da democracia"
Binali Yildirim, o primeiro-ministro da Turquia, diz que o golpe de Estado que foi travado representa um "novo começo" para as relações entre os principais partidos do país. E acusou os golpistas de serem "terroristas".
O chefe de Governo da Turquia, Binali Yildirim (na foto), considerou este sábado, 16 de Julho, que o dia de ontem – em que militares sublevados falharam um golpe de Estado no país – vai ficar para a história como o "festival da democracia" em que o golpe se virou contra os golpistas e que significa um "novo começo" para as relações com os partidos políticos na oposição.
Na primeira intervenção no parlamento turco em Ancara depois do golpe, Yildirim mostrou-se convicto de que os quatro principais partidos do país vão conseguir encontrar consensos e atribuiu a terroristas e não aos militares a responsabilidade pela intentona, avançam as agências Reuters e AFP. "Eles não são soldados, são carniceiros terroristas vorazes em uniformes," afirmou o governante.
Entretanto, os quatro maiores partidos emitiram um comunicado conjunto onde condenam o acto e dizem que a postura no parlamento face ao golpe é inestimável para a democracia na Turquia.
Kemal Kilicdaroglu, o líder do principal partido da oposição, o secular Partido Republicano do Povo, também já este sábado tinha condenado a tentativa de golpe, atribuindo-a a uma facção militar e reconhecendo que a sua derrota vai aproximar os partidos políticos para melhorar a democracia.
Oito soldados que voaram para a Grécia serão repatriados
Depois de terem suspendido mais de dois mil juízes e de deterem 2.839 membros das forças militares, as autoridades continuam à procura de responsáveis ou colaboradores no golpe. O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, anunciou no Twitter que os oito soldados turcos que voaram para a Grécia depois do golpe vão ser repatriados "o mais breve possível" para a Turquia.
Spoke by phone w/FM @NikosKotzias of Greece. He said that 8 traitors who fled to Greece will be returned to Turkey as soon as possible
— Mevlüt Çavusoglu (@MevlutCavusoglu) 16 de julho de 2016
A meio desta tarde a agência noticiosa Anadolu avançou que o general Adem Huduti, comandante do Segundo Exército (que protege as zonas de fronteira com a Síria, Iraque e Irão) e que estará ligado à tentativa de golpe, foi detido. É a mais alta patente alegadamente envolvida na revolta a ser detida até ao momento.
A tentativa de golpe de Estado desencadeada esta sexta-feira à noite por militares sublevados e travada este sábado pelo regime do presidente Erdogan na Turquia deixou 265 mortos e 1.440 feridos, segundo o gabinete do presidente Recep Tayip Erdogan.