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Autoridades turcas destituem mais de 2.000 juízes

O governo turco considera que, por detrás do golpe falhado desta sexta-feira, esteve uma "estrutura paralela" nas forças militares alegadamente instigada pelo clérigo Fethullah Gulen, auto-exilado nos EUA.

Presidente Erdogan
Reuters
Negócios 16 de Julho de 2016 às 15:44
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As autoridades da Turquia prenderam este sábado, 16 de Julho, dez membros do supremo tribunal administrativo do país e estão à procura de mais 140 juízes do supremo tribunal, no mesmo dia em que a Junta Superior de Juízes e Fiscais destituiu 2.745 magistrados.

A televisão CNN Turk avança que a polícia turca prendeu Alparslan Altan, um membro do tribunal supremo do país e a figura mais importante da justiça a ser detida até ao momento, no rescaldo do golpe de Estado travado pelo regime de Erdogan.

De acordo com a estação de televisão NTV em causa nas detenções de altos magistrados está uma investigação relacionada com a tentativa de golpe de Estado desencadeada esta sexta-feira e que foi travada pelo regime turco, liderado pelo presidente Erdogan.

Segundo a Reuters, o governo turco considera que, por detrás do golpe, esteve uma "estrutura paralela" nas forças militares alegadamente instigada pelo clérigo Fethullah Gulen, auto-exilado nos EUA. Entre os militares, foram anunciadas detenções de 2.839 membros das forças armadas.

O presidente turco, Recep Erdogan, e o Governo afirmaram que os chamados "gulenistas" estão por trás da tentativa de golpe de Estado iniciada sexta-feira à noite e abortada ao longo da madrugada. Gulen já negou todas as acusações e condenou publicamente a tentativa de derrube do regime de Ancara.

"Como alguém que sofreu múltiplos golpes militares durante as últimas cinco décadas, é especialmente insultuoso ser acusado de ter qualquer ligação a uma tentativa como esta. Nego terminantemente essas acusações", disse Gulen em comunicado.

EUA dizem que não foi pedida extradição de Gulen

O secretário de Estado norte-americano John Kerry disse entretanto que não recebeu qualquer pedido de extradição de Gulen, dizendo-se disponível para participar nos esforços legítimos de investigação em torno dos autores do golpe.

"Não recebemos nenhum pedido relacionado com o Sr. Gulen Acreditamos que haverá questões levantadas sobre ele, e obviamente convidamos o Governo da Turquia (…) a apresentar-nos provas legítimas que suportem essa alegação e os EUA vão aceitá-las e analisá-las e fazer o adequado julgamento," afirmou.

O Presidente norte-americano Barack Obama convocou este sábado o Conselho de Segurança Nacional, na sequência do golpe falhado, adiantou a Casa Branca em comunicado, citada pela AFP e Lusa.

"O presidente vai reunir-se com o seu Conselho de Segurança e equipa de política internacional para se inteirar da situação na Turquia", refere a nota.

Merkel condena intentona

A chanceler alemã Angela Merkel também já veio condenar a tentativa de golpe de Estado que terá feito 161 mortos e disse que "o banho de sangue deve parar imediatamente".

"É trágico que tantas pessoas tenham morrido durante esta tentativa de golpe", afirmou aos jornalistas em Berlim, defendendo que cabe aos turcos escolherem, em eleições livres, os seu líder político. "É uma injustiça trazer tanques para a rua e fazer ataques aéreos contra a própria população", acusou.

(Notícia actualizada às 17h35 com mais informação)

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