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Bloco quer que UE reveja posição e não pactue com Erdogan
A porta-voz do BE, Catarina Martins, defendeu que a União Europeia deve rever a sua posição com a Turquia e não pactuar com a liquidação da oposição e concentração de poderes do presidente turco.
"Julgo que o que era pedido à União Europeia era que revisse a sua posição para com a Turquia. A defesa que há a fazer neste momento é a defesa da Democracia e não pactuarmos nem pelo silêncio, nem com o que Erdogan está a fazer para concentrar poderes e liquidar a oposição", declarou Catarina Martins este domingo, à margem de uma arruada em Espinho (Aveiro) para contactar com a população.
A líder do BE classifica a situação na Turquia muito preocupante: "Nós tivemos em 48 horas dois golpes de Estado, ou seja, em dois dias a Turquia viveu dois golpes de Estado. Um mal sucedido e um bem-sucedido que está em curso com o presidente Erdogan a concentrar poderes, demitiu mais de 2.800 juízes, está a prender opositores que não têm nenhuma relação com o golpe e condenaram o golpe de 15 de Julho desde o primeiro momento e está a ultrapassar todas as regras de alguma réstia de democracia na Turquia e portanto o que está a acontecer na Turquia é muito preocupante", referiu.
Catarina Martins considera que a União Europeia não pode continuar a olhar para o presidente Erdogan como um parceiro.
"Que a União Europeia continue a olhar para Erdogan e para a Turquia de Erdogan como um parceiro é ainda mais preocupante, tanto mais que sabemos que a União Europeia tem acordos com a Turquia, que está a financiar em milhares de milhões de euros o Estado turco para reter refugiados numa situação em que não há neste momento democracia, há só perseguição, demissões".
Catarina Martins sublinhou que o BE não alinha por nenhum golpe de Estado. "Nenhum golpe de Estado faz sentido. O BE defende a democracia, não defende golpes de Estado, aliás é preciso dizer que a oposição moderada turca está contra os dois golpes de Estado e que tanto um como outro são de forças fanáticas antidemocráticas e mesmo com traços protofascistas na Turquia. Nunca o BE defenderia nenhum dos lados que querem acabar com a democracia. O que é preciso sim é defender a democracia", concluiu a bloquista.
A Turquia foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado na sexta-feira à noite. O último balanço aponta para 161 mortos entre civis e forças leais ao presidente Recep Erdogan, 1.440 feridos e 2.839 militares revoltosos detidos.