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Turquia: Milhares saíram à rua em Istambul contra o golpe
A manifestação convocada pelo maior partido da oposição não foi impedida e este domingo milhares de pessoas saíram à rua em Istambul em protesto com a tentativa de golpe de Estado de 15 de Julho.
Pela primeira vez em três anos, milhares de apoiantes dos partidos da oposição saíram às ruas, e encheram a praça Taksim.
Num discurso que os jornais internacionais dizem ter sido conciliador com o país que apoia os partidos mais nacionalistas e islâmicos, o líder do partido Popular Republicano (CHP), Kemal Kiliçdaroglu, denunciou o golpe e pediu que os golpistas sejam penalizados.
A manifestação "República e Democracia" na praça central de Istambul pretendia ser de união a seguir à tentativa de golpe de Estado, que resultou na morte de 246 pessoas. e mais de dois mil feridos.
Kiliçdaroglu condenou os "apoios internos e externos" dados aos rebeldes e o bombardeamento da Assembleia Nacional, acabando por pedir um tratamento "ajustado à Lei". "Um Estado não pode por-se ao mesmo nível dos rebeldes", não pode dirigir com ódio e prejuízo.
Também numa emissão quase inédita, os canais de televisão pró-governamentais transmitiram, em directa, este discurso, segundo a Reuters. "É um dia de união, um dia para contestarmos os golpes e regimes ditatoriais, um dia que devemos deixar ouvir a voz do povo", declarou ainda o líder do CHP, que convocou a manifestação, mas que recebeu o apoio do AKP, de Erdogan, e de outros grupos partidários.
No sábado, o primeiro-ministro Binali Yildirim informou que foram detidas, depois do golpe, 13 mil pessoas, incluindo 8.831 militares. Garantiu que irão ter um julgamento justo. A comunidade internacional tem assumido o apoio à democracia na Turquia, mas também tem mostrado preocupação pela purga lançada no país desde o golpe.