Notícia
Ex-presidente do CCB e João Soares chamados ao Parlamento para falar de demissão
A 30 de Março realiza-se a audição de António Lamas, afastado pelo novo ministro da Cultura da liderança do CCB. O governante será ouvido mas ainda não há data. Os hotéis que se queixam da decisão não vão falar.
- 6
- ...
João Soares (na foto) e o presidente do Centro Cultural de Belém que destituiu, António Lamas, vão responder às perguntas dos deputados, depois de um pedido feito pelo PSD aceite pelos restantes partidos.
O ex-presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, António Lamas, vai ser ouvido no próximo dia 30, pela comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, disse à Lusa fonte parlamentar.
A comissão votou hoje, "por unanimidade", o requerimento apresentado no passado dia 15, pelo PSD, que pedia a audição nesta comissão, de António Lamas, e do ministro da Cultura, João Soares.
"O ministro da Cultura será também ouvido, em audiência a agendar, talvez na primeira semana de Abril", disse a mesma fonte à agência Lusa.
O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Sérgio Azevedo justificou, na apresentação do requerimento, que havia necessidade de um "esclarecimento cabal" sobre a forma como João Soares decidira demitir António Lamas, e nomear para o seu lugar Elísio Summavielle.
Em entrevista ao Expresso há duas semanas, o ex-líder da fundação considerou que a sua demissão foi "uma limpeza". João Soares disse publicamente que esperava a demissão de Lamas do cargo, mas tal nunca aconteceu, motivo pelo qual acabou por o demitir.
A direita (PSD e CDS) foi forte nas críticas ao processo mas a esquerda deu suporte à decisão. O PS defendeu que não havia qualquer tentativa de controlo do Estado, o PCP defendeu que a escolha do nome era uma prorrogativa do Governo o BE aceitou a demissão mas criticou a nova nomeação, sem um concurso público.
Esquerda rejeita audição de hoteleiros descontentes
A comissão rejeitou, com os votos do PS, PCP e Bloco de Esquerda, um requerimento do CDS/PP para ouvir a Associação de Hotelaria de Portugal, na sequência da extinção da Estrutura de Missão da Estratégia Integrada de Belém, que era coordenada por Lamas, e visava a gestão integrada turístico-cultural do denominado "eixo Belém-Ajuda", que, além do CCB, incluía entre outros, os museus de Arte Popular, dos Coches, de Marinha e o antigo palácio real da Ajuda.
Os hotéis atacaram a decisão de João Soares e ameaçaram cortar o investimento feito naquela zona da capital, como deu conta o Diário de Notícias.