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Elísio Summavielle quer atrair juventude para o CCB

O antigo secretário de Estado de Sócrates vê com bons olhos a gratuitidade das visitas à colecção Berardo. Elísio Summavielle quer que, além das galerias e dos auditórios, o espaço público no edifício seja usufruído.

Ministro da Cultura - João Soares
João Miguel Rodrigues
Negócios com Lusa 01 de Março de 2016 às 13:48

Elísio Summavielle, nomeado segunda-feira pelo ministro da Cultura para presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), afirmou esta terça-feira, 1 de Março, à Lusa que pretende "uma programação criteriosa, mas abrangente" e quer atrair os jovens.

 

"Eu gosto de ver o Centro Cultural de Belém cheio de gente, eu acho que tem de haver uma programação criteriosa, claro, mas abrangente. Acho que os espaços públicos devem ser mais fruídos pelas pessoas, além dos auditórios, dos espaços expositivos e das galerias", disse à Lusa Elísio Summavielle.

 

"Acho que é possível puxar pela juventude e ganhar público para a cultura, e é essa a missão do CCB, e é essa a missão da Fundação CCB", realçou o substituto de António Lamas, nomeado em 2014 e demitido numa entrevista de João Soares (na foto) antes de tomada a decisão oficial. 

 

Questionado sobre o convite do ministro da Cultura, Elísio Summavielle declarou: "O senhor ministro tinha várias personalidades em mente, mas a partir do momento em que fez a sua opção, e dada a relação antiga, longa e de confiança muito grande que tenho com o senhor ministro e ele relativamente a mim, não pude deixar de aceitar este desafio".

 

Um desafio que não implica o abandono da ideia do eixo Belém-Ajuda. "Eu não diria que é o abandono de uma ideia, eu diria que é de um ideia de construção de uma ideia que eu próprio, enquanto desempenhei outras funções, como secretário de Estado da Cultura, julgo que fui o primeiro a sentar à mesa todos os intervenientes [da zona] Belém-Ajuda. É óbvio e redundante que é necessário uma coordenação de esforços da criação de uma marca nessa zona da cidade", disse.

 

O nomeado presidente do CCB afirmou que pretende "obviamente aproveitar o trabalho positivo que nesse sentido entretanto foi feito". "É uma ideia que permanece", disse, realçando que "a prioridade é dar vida a um monumento nacional que é o CCB".

 

Summavielle sublinhou ter "muito orgulho" em ter feito parte do projecto de classificação do CCB como monumento nacional.

  

Alterar administração é possível


O futuro responsável afirmou que "tem algumas ideias em mente", mas sublinhou que "é necessário avaliar o estado da arte, quando entrar em funções, e conversar com as equipas e as pessoas que lá estão, os funcionários".

 

"Quero ouvir determinadas opiniões antes de ter um mapa claro na minha cabeça sobre a melhor forma de melhorar a performance deste monumento", disse, considerando o CCB "muito grande e bonito", mas lembrando que "tem de ter vida para além da sua própria arquitectura".

 

O responsável reconheceu que provavelmente irá haver mexidas na actual configuração do conselho de administração, mas terá de avaliar com a tutela, o ministro da Cultura, antes de qualquer anúncio público.

 

Relativamente à gratuitidade das visitas à colecção Berardo, patente naquele espaço, Elísio Summavielle afirmou: "Não é uma questão que vejo com maus olhos, antes pelo contrário, acho muito positivo o contributo da Colecção Berardo no CCB e tudo farei para que se melhore a performance da galeria de arte e da colecção e que haja uma cooperação benéfica para todos".

 

O historiador Elísio Summavielle foi secretário de Estado da Cultura no Governo de José Sócrates e director-geral do Património Cultural no executivo de Pedro Passos Coelho.

 

Em Fevereiro de 2012, foi nomeado director-geral do Património Cultural, sendo secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas, cargo do qual se demitiu a 5 de Novembro desse ano, após a saída do detentor da pasta. 

Tome nota
Quem é Elísio Summavielle
Nascido a 31 de Agosto de 1956, Elísio Summavielle licenciou-se em História na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e é técnico superior da Direcção-Geral do Património Cultural. Na última década foi consultor da ministra Isabel Pires de Lima no primeiro Executivo de Sócrates, liderou o IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, e entre 2009 e Junho de 2011, com Gabriela Canavilhas na pasta da Cultura, foi secretário de Estado.

Já com Passos Coelho em São Bento, este docente do INATEL em horário pós-laboral seria nomeado director-geral do Património Cultural, mas demitiu-se em Novembro de 2012, alegando "razões de ordem pessoal". Um mês depois é apontado como candidato do PS à Câmara de Mafra, mas acaba por perder a corrida autárquica por larga margem: consegue apenas 26,95% dos votos para o PS, contra 46,87% do PSD. AL



 

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