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Antigo secretário de Estado de Sócrates vai liderar o CCB
O ministro da Cultura prepara-se para apontar Elísio Summavielle, adjunto do seu gabinete no Ministério, o novo líder do Centro Cultural de Belém, para substituir António Lamas, que já demitiu em público.
Elísio Summavielle, 59 anos, nomeado adjunto no gabinete de João Soares no Ministério da Cultura com um rendimento bruto de 3.184,13 euros, e ex-secretário de Estado no último mandato de José Sócrates, deverá ser o próximo presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), em substituição de António Lamas.
Esta escolha, avançada há dois dias pelo Correio da Manhã, é noticiada esta segunda-feira, 29 de Fevereiro, também pelo Diário de Notícias, que avança que o currículo encaixa no perfil traçado pelo ministro no debate do Orçamento do Estado: "alguém com experiência, bastante mais jovem, com provas dadas, nomeadamente ao nível das responsabilidades públicas num Ministério" da Cultura.
Nascido a 31 de Agosto de 1956, Elísio Summavielle licenciou-se em História na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e é técnico superior da Direcção-Geral do Património Cultural. Na última década foi consultor da ministra Isabel Pires de Lima no primeiro Executivo de Sócrates, liderou o IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, e entre 2009 e Junho de 2011, com Gabriela Canavilhas na pasta da Cultura, foi secretário de Estado.
Já com Passos Coelho em São Bento, este docente do INATEL em horário pós-laboral seria nomeado director-geral do Património Cultural, mas demitiu-se em Novembro de 2012, alegando "razões de ordem pessoal". Um mês depois é apontado como candidato do PS à Câmara de Mafra, mas acaba por perder a corrida autárquica por larga margem: consegue apenas 26,95% dos votos para o PS, contra 46,87% do PSD.
À espera da demissão
A sucessão no CCB começou a ser discutida depois do Governo extinguir a estrutura de missão responsável pelo projecto integrado do eixo Belém-Ajuda, com João Soares a acusar António Lamas de fazer uma gestão "pouco prudente" e de ter gastado "seis milhões de euros das reservas nos últimos tempos". E na passada sexta-feira deixou mesmo um ultimato: "O presidente do CCB tem de sair. E se não sair, eu, na segunda-feira, seguramente o demitirei, usando os instrumentos legais de que disponho".
Questionado esta manhã pelo Negócios sobre se o ministro já tinha concretizado a prometida demissão de António Lamas – ao Público, o homem que preside ao CCB desde 2014 e está envolvido no projecto desde o seu início, em 1993, tinha garantido que não saia pelo próprio pé –, o adjunto do ministro da Cultura, Horácio Vale César, respondeu apenas: "Às 9 da manhã não há novidades nenhumas".