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Antigo secretário de Estado de Sócrates vai liderar o CCB

O ministro da Cultura prepara-se para apontar Elísio Summavielle, adjunto do seu gabinete no Ministério, o novo líder do Centro Cultural de Belém, para substituir António Lamas, que já demitiu em público.

Ministro da Cultura - João Soares
João Miguel Rodrigues
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 29 de Fevereiro de 2016 às 10:42

Elísio Summavielle, 59 anos, nomeado adjunto no gabinete de João Soares no Ministério da Cultura com um rendimento bruto de 3.184,13 euros, e ex-secretário de Estado no último mandato de José Sócrates, deverá ser o próximo presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), em substituição de António Lamas.

 

Esta escolha, avançada há dois dias pelo Correio da Manhã, é noticiada esta segunda-feira, 29 de Fevereiro, também pelo Diário de Notícias, que avança que o currículo encaixa no perfil traçado pelo ministro no debate do Orçamento do Estado: "alguém com experiência, bastante mais jovem, com provas dadas, nomeadamente ao nível das responsabilidades públicas num Ministério" da Cultura.

 

Nascido a 31 de Agosto de 1956, Elísio Summavielle licenciou-se em História na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e é técnico superior da Direcção-Geral do Património Cultural. Na última década foi consultor da ministra Isabel Pires de Lima no primeiro Executivo de Sócrates, liderou o IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, e entre 2009 e Junho de 2011, com Gabriela Canavilhas na pasta da Cultura, foi secretário de Estado.

 

Já com Passos Coelho em São Bento, este docente do INATEL em horário pós-laboral seria nomeado director-geral do Património Cultural, mas demitiu-se em Novembro de 2012, alegando "razões de ordem pessoal". Um mês depois é apontado como candidato do PS à Câmara de Mafra, mas acaba por perder a corrida autárquica por larga margem: consegue apenas 26,95% dos votos para o PS, contra 46,87% do PSD.

 

À espera da demissão

 

A sucessão no CCB começou a ser discutida depois do Governo extinguir a estrutura de missão responsável pelo projecto integrado do eixo Belém-Ajuda, com João Soares a acusar António Lamas de fazer uma gestão "pouco prudente" e de ter gastado "seis milhões de euros das reservas nos últimos tempos". E na passada sexta-feira deixou mesmo um ultimato: "O presidente do CCB tem de sair. E se não sair, eu, na segunda-feira, seguramente o demitirei, usando os instrumentos legais de que disponho".

 

Questionado esta manhã pelo Negócios sobre se o ministro já tinha concretizado a prometida demissão de António Lamas – ao Público, o homem que preside ao CCB desde 2014 e está envolvido no projecto desde o seu início, em 1993, tinha garantido que não saia pelo próprio pé –, o adjunto do ministro da Cultura, Horácio Vale César, respondeu apenas: "Às 9 da manhã não há novidades nenhumas".

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