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BE aceita demissão no CCB mas critica nova nomeação sem concurso
"Não há nenhum drama" na retirada de funções de António Lamas do Centro Cultural de Belém, diz José Soeiro. O deputado bloquista pede, contudo, um concurso público para a nomeação e pede recuo do ministro da Cultura.
O Bloco de Esquerda considera que é normal que o Governo demita António Lamas da presidência do Centro Cultural de Belém mas contesta a nomeação de um substituto, Elísio Summavielle. E pede ao ministro João Soares que recue nesta substituição.
"Não há nenhum drama" no facto de um director que "tinha um plano estratégico rejeitado pela tutela" ser demitido, considerou o deputado bloquista José Soeiro, lançando críticas ao programa defendido por António Lamas no CCB.
No Parlamento, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, o representante da terceira força política na Assembleia considerou que "o que não é normal é que haja uma nova nomeação seja que haja um concurso público internacional associado a um novo plano estratégico e a um caderno de encargos".
"Entendemos que devia haver um concurso público internacional, essa deve ser a regra para equipamentos deste tipo", declarou José Soeiro depois de esta segunda-feira ter sido confirmado aquilo que já se falava desde uma entrevista de João Soares, o ministro da Cultura, ao Expresso: António Lamas, nomeado em 2014 pelo anterior Governo, foi demitido e já foi nomeado o seu substituto – Elísio Summavielle, ex-secretário de Estado de José Sócrates.
José Soeiro pediu, assim, que João Soares dê "um passo atrás". "Seria razoável e saudável", considerou, adiantando que poderiam, depois, candidatar-se vários nomes, incluindo Summavielle.
Questionado sobre as declarações do deputado social-democrata Sérgio Azevedo, que falou num "modus operandi" do Governo de António Costa, o deputado do BE disse que "a autoridade do PSD para fazer este tipo de crítica é nula". José Soeiro diz que o PSD nomeou, em 2014, António Lamas sem qualquer concurso público. Daí que diga que "a regra deve mudar".
O Governo quis extinguir a estrutura de missão responsável pelo projecto integrado do eixo Belém-Ajuda, protagonizado pelo CCB e para o qual António Lamas tinha sido contratado - Lamas sempre defendeu uma gestão conjunta dos museus daquela área. O ministro da Cultura não quis e, por isso, demitiu-o.
Além disso, João Soares acusou António Lamas de fazer uma gestão "pouco prudente" e de ter gastado "seis milhões de euros das reservas nos últimos tempos". Não foi ainda possível saber junto do gabinete do ministro da Cultura se essa gestão "pouco prudente" justifica qualquer outro tipo de acção da sua parte.