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FMI: Venezuela e Brasil são os países do mundo onde a economia mais afunda

O pior desempenho global vai, de longe, para a Venezuela, onde o PIB poderá recuar 8%, mais do dobro da recessão brasileira que estará dois anos a cair quase 4%.

Reuters
12 de Abril de 2016 às 14:00
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A generalidade dos países exportadores de petróleo continuará a ressentir-se da queda do preço da matéria-prima. Mas a larga maioria continuará a exibir neste ano taxas de crescimento positivo. As grandes excepções são a Venezuela e o Brasil, cujo declínio económico é anterior à descida do preço do petróleo, que se acentuou a partir de finais de 2014.

Nos cálculos do Fundo Monetário internacional (FMI), o pior desempenho global em 2016 irá para a Venezuela, onde o PIB poderá recuar 8%, depois de ter caído 5,7% e 3,9% nos dois anos precedentes. O Brasil, por seu turno, após ter estagnado em 2014 e caído 3,8% em 2015, deverá ver a sua economia encolher 3,8% neste ano, depois de o FMI ter voltado a agravar a sua previsão de recessão em três décimas face ao que previa em Janeiro.


"No Brasil, o governo deve persistir em esforços de consolidação orçamental para promover uma reviravolta na confiança e no investimento", recomenda a instituição liderada pro Christine Lagarde. "Com a possibilidade de cortar gastos discricionários severamente limitada, serão necessárias a curto prazo medidas fiscais", acrescenta o Fundo numa referência a mais impostos, mas – acrescenta – "o desafio mais importante é tratar da rigidez e de compromissos insustentáveis no lado da despesa" e "fazer  reformas estruturais para aumentar a produtividade e a competitividade, incluindo infra-estruturas".


Bem no vermelho surge também o Equador, cuja economia deverá cair 4,5% neste ano, depois de ter estagnado no anterior, quebrando cinco anos de taxas de crescimento a rondar os 4%.

Entre os países produtores de petróleo, também a Líbia (-2%) e a Rússia (-1,8%) sofrerão recessões neste ano. Angola, que acaba de pedir um resgate ao FMI que começará a ser negociado ainda nesta semana, crescerá 2,5% este ano, abaixo dos 3% do ano passado, antecipando-se uma ligeira aceleração para 2,7% em 2017.


No próximo domingo, 17 de Abril, em Doha, capital do Qatar, terá lugar uma conferência dos países exportadores de petróleo para definir os novos patamares de produção. Na semana passada, o presidente do Equador, Rafael Correa, mostrou-se optimista quanto à decisão de um corte na produção. "Mais que o volume extraído, o importante agora é que se reduza a oferta em cerca de 5%, para que os preços do barril subam 30%." Segundo Correa, o principal obstáculo a este acordo é a posição da Arábia Saudita e do Irão, que voltou a exportar petróleo após o fim do embargo económico imposto durante largos anos pelos Estados Unidos e a União Europeia.

 

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