O Financial Times noticia esta quinta-feira, 16 de Abril, que a Grécia abordou o Fundo Monetário Internacional (FMI) de forma informal para adiar os prazos dos reembolsos agendados para o mês de Maio, isto numa altura em que decorrem as negociações técnicas entre Atenas e Bruxelas para fechar a lista de medidas que a Grécia terá de implementar para poder ver desbloqueadas as tranches da ajuda financeira concedida pela troika.

Em Maio, Atenas tem de fazer dois pagamentos ao FMI, um de 200 milhões de euros, a 1 de Maio, e outro de 760 milhões de euros, a 12 de Maio.

Segundo o jornal foram estes reembolsos que a Grécia terá pedido para adiar. Mas, de acordo com pessoas envolvidas no processo, Atenas terá sido aconselhada a não o fazer de forma formal. O jornal diz que as conversações ocorreram no início de Abril.

Uma das fontes revelou ao Financial Times que Atenas terá proposto uma "recalendarização dos reembolsos ao FMI", o que permitira à Grécia manter margem de manobra financeira, nomeadamente para pagar salários e pensões, enquanto decorrerem as negociações com Bruxelas.

Num relatório emitido esta quarta-feira, a Standard & Poor's alerta, que caso Atenas não chegue a acordo com os credores oficiais antes destes reembolsos, poderá ficar sem liquidez. Recorde-se que estes pagamentos são precedidos de dois encontros do Eurogrupo, um a 24 de Abril e outro a 29 de Abril, onde os ministros das Finanças da Zona Euro "podem exigir novas reformas" ao Executivo de Alexis Tsipras, segundo a agência de notação financeira.