A taxa de juro implícita das obrigações a três anos está a disparar 223,6 pontos para 26,843%, tendo negociado já esta quinta-feira, 16 de Abril, nos 28,227%, o que corresponde ao valor mais elevado desde 2012, altura em que a dívida foi reestruturada na sequência do segundo programa de ajuda externa assinado a 21 de Fevereiro de 2012.

No prazo a cinco anos a subida é de 126,8 pontos para 18,425%, tendo negociado também no valor mais alto desde Março de 2012 (19,165%)e a 10 anos o aumento é de 68,0 pontos para 12,781%, tocando em níveis idênticos aos de Dezembro de 2012.

O acordo de 2012 incluía uma ajuda financeira suplementar de 130 mil milhões de euros mas também um perdão de dívida detida por investidores privados (53,5% do valor nominal) e a distribuição dos lucros que o Banco Central Europeu viesse a obter com a compra de obrigações soberanas da Grécia.

Após um período de alguma acalmia que levou os juros da dívida grega a três anos a negociar abaixo dos 5% entre Julho e Outubro de 2014, estes voltaram a subir no final do ano passado. As subidas acentuaram-se com a realização de eleições legislativas antecipadas, tendo superado os 20% em meados de Fevereiro.    

As subidas são agora mais acentuadas devido ao impasse a que chegaram as negociações entre Atenas e os credores oficiais e ao facto de a Standard & Poor's ter ontem voltado a descer o "rating" da Grécia, para terreno ainda mais especulativo (ou "lixo"). Nos cálculos da agência, se Atenas não receber apoio internacional em meados de Maio deixa de ter dinheiro para pagar as contas. 

A bolsa grega fechou esta sessão em alta, contrariando a tendência de perdas que impera no resto da Europa. O índice FTASE, que agrega as maiores cotadas gregas, avançou 0,63% para 222,39 pontos.

Apesar da subida do índice, o sector da banca terminou o dia a registar novas quedas. O Eurobank Ergasias cedeu mais de 4%, o Alpha Bank e o Piraeus recuaram mais de 2%.

O dia foi marcado também pela notícia, veiculada pelo Financial Times de que a Grécia terá abordado de forma informal o Fundo Monetário Internacional (FMI) para tentar adiar o reembolso de quase mil milhões de euros que a Grécia terá de fazer em Maio. Contudo, terá sido aconselhada a não o fazer.