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Deterioração das condições económicas e financeiras leva Standard & Poor’s cortar o rating da Grécia em mais um nível

A agência de notação financeira considera que, sem reformas económicas profundas, a dívida e os compromissos financeiros do país são insustentáveis. A deterioração das condições económicas e financeiras nos últimos meses levou a Standard & Poor’s a baixar o rating para o sétimo nível de lixo.

Bloomberg
15 de Abril de 2015 às 17:35
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A Standard & Poor’s cortou esta quarta-feira, 15 de Abril, o rating de longo prazo da dívida grega, de B- para CCC+. O outlook é negativo, o que significa que a agência pode voltar a baixar o rating da dívida helénica.

 

No relatório emitido esta quarta-feira, a agência alerta para a deterioração das condições económicas, financeiras e empresariais em virtude da incerteza gerada pelas "prolongadas negociações entre o Governo e os credores oficiais".

 

A Standard & Poor’s acredita que a economia grega registou uma contracção de 1% nos últimos seis meses "apesar da queda do euro e da desvalorização dos preços do petróleo". A situação económica do país pode continuar a agravar-se caso as negociações não sejam concluídas em breve, antecipa a agência, acrescentando que o país pode voltar a registar um défice primário em 2015.

 

Além disso, reforça a Standard & Poor’s, os bancos gregos estão a atravessar graves problemas de liquidez devido à elevada fuga de depósitos que se regista desde meados de Novembro 2014.

 

Se as negociações não ficarem concluídas até meados de Maio, "poderá não haver tempos para que o Parlamento grego aprove as condições associadas ao programa revisto. Nem o Ecofin terá tempo para libertar a última tranche do programa de ajuda financeira (7,2 mil milhões de euros) ou para estabelecer uma nova linha de financiamento." A Standard & Poor’s recorda que Atenas precisa desta tranche para pagar dívida grega detida pelo Banco Central Europeu, no valor de 3,5 mil milhões de euros, e que chega à maturidade no final de Junho. Em Julho, o país terá que fazer um novo reembolso ao banco central no valor de 3,2 mil milhões de euros. 

 

Antes disso, Atenas terá ainda de realizar mais dois reembolsos ao Fundo Monetário Internacional: a 1 de Maio, no valor de 200 milhões de euros, e a 12 de Maio, no valor de 760 milhões de euros. Se nesta altura ainda não existir acordo entre as partes, o governo grego pode ficar sem liquidez, antecipa a agência de rating. Estes reembolsos são precedidos de dois encontros do Eurogrupo, um a 24 de Abril e outro a 29 de Abril, onde os ministros das Finanças da Zona Euro "podem exigir novas reformas" ao Executivo de Alexis Tsipras.

 

A saída da Grécia da Zona Euro não faz parte do cenário base da agência, um acontecimento "sem precedentes" que, no entender da Standard & Poor’s, pode ter impactos económicos, sociais e políticos "severos".

 

(Notícia actualizada às 19h47)

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