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Schäuble: "Temos responsabilidades para com a Grécia e não vamos desconsiderar essa solidariedade"

O ministro das Finanças desmente que o Governo alemão esteja a estudar um plano que permita manter a Grécia no euro no caso de o país entrar em ‘default’, como foi noticiado na quarta-feira pelo Die Zeit.

Miguel Baltazar/Negócios
16 de Abril de 2015 às 10:53
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O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, reiterou a disponibilidade da Alemanha para prestar apoio à Grécia mas, mais uma vez, sublinhou que essa ajuda não pode ser gratuita: o país tem de implementar reformas e encaminhar a economia para uma rota de recuperação e sustentabilidade.

 

"Se a Grécia quiser apoio, nós vamos dar esse apoio como fizemos nos últimos anos, mas claro, no âmbito do que acordámos", sublinhou o ministro numa entrevista à Bloomberg TV, realizada esta quarta-feira, em Nova Iorque. Ainda que a decisão final esteja do lado da Grécia, acrescenta Schäuble, "aconteça o que acontecer, sabemos que a Grécia faz parte da União Europeia e que também temos uma responsabilidade para com a Grécia, e nunca iremos desconsiderar essa solidariedade".

 

No entanto, o ministro alemão descarta a possibilidade de novas concessões a Atenas, defendendo que o Governo grego deve comprometer-se com as reformas necessárias para desbloquear a ajuda financeira em vez de dar falsas esperanças aos cidadãos.  

 

Schäuble garantiu ainda que "não está em discussão" outra reestruturação da dívida grega e que os apelos do Executivo de Tsipras para que a Alemanha pague as reparações de guerra são "completamente irrealistas".

 

"Está tudo nas mãos da Grécia", afirmou. "Algum tipo de reestruturação pode estar na agenda daqui a 10 anos, mas hoje a grande questão da Grécia está em reformar a sua economia, de tal forma que se possa tornar competitiva em algum ponto".

 

O ministro das Finanças desmentiu ainda que o Governo alemão esteja a estudar um plano que permita manter a Grécia no euro no caso de o país entrar em ‘default’, como foi noticiado na quarta-feira pelo Die Zeit.

 

"Não temos tais planos, e se estivéssemos a trabalhar neles - porque o pessoal do ministério já está a tomar quase tudo em consideração – também não falaríamos sobre isso. Não faz sentido especular sobre isso", garantiu o ministro.

 

Com uma factura mensal de cerca de 1,5 mil milhões de euros para pensões e salários e pagamentos aos seus credores internacionais a aproximar-se, a Grécia tem como objectivo chegar a um acordo com os credores europeus na próxima reunião do Eurogrupo marcada para 24 de Abril, em Riga, na Letónia.

 

O comissário europeu dos Assuntos Económicos já disse que as negociações entre a Grécia e os credores podem prosseguir mesmo que não haja acordo no Eurogrupo sobre as reformas que terão de ser levadas a cabo no país – etapa fundamental para que a troika possa desbloquear a última fatia do segundo resgate, de 7,2 mil milhões de euros. "Continuaremos", disse nesta terça-feira Pierre Moscovici aos jornalistas, quando questionado sobre o que acontecerá se na próxima reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro (Eurogrupo) não for possível um acordo preliminar sobre as reformas a implementar na Grécia.

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