O CEO da companhia petrolífera BP acredita que os primeiros meses deste ano vão continuar a ser de ajustamento "brutal" para os preços do barril de petróleo, mas espera que dentro de um ano o valor por unidade possa chegar aos 60 dólares.

Em declarações ao canal ITN disponibilizadas esta quarta-feira pelo jornal Telegraph, Bob Dudley disse esperar que a segunda metade do ano traga um recuo dos stocks de petróleo que permita um reforço dos preços para os valores sobre os quais se tem "construído a paz mundial".

"Vejo na segunda metade do ano um constrangimento na produção e nos 'stocks'. E o preço do petróleo a encaminhar-se para a banda dos 60 dólares dentro de cerca de um ano. Mas não espero ver, por muito tempo, o barril a valer 100 dólares", referiu.

Desde Maio e Junho do ano passado que o barril de petróleo não toca os 60 dólares nos EUA e a última vez que cotou nos 100 dólares foi em Julho de 2014, depois de ter atingido os 150 dólares em Julho de 2008, no pré-crise financeira internacional. 

O preço por unidade renovou hoje mínimos de 12 anos em Nova Iorque e em Londres, chegando no caso do barril norte-americano a valer menos de 27 dólares. Além do abrandamento de economias consumidoras como a China, o anunciado regresso do Irão à produção de petróleo para exportação aumenta os sinais de excesso de petróleo no mercado, a que acresce a indiferença da OPEP, pressionando o preço.

Chegar aos 60 dólares implicaria assim uma valorização de mais de 100% nos próximos meses. "Não acredito que este seja um novo normal, o valor desta matéria-prima sobe e desce historicamente. Mas no primeiro e segundo trimestres [o comportamento] será particularmente brutal (…) e na segunda metade do ano a procura estará a crescer no mundo e os "stocks" de petróleo a recuar", reforçou o CEO da BP.