Os EUA puseram fim ao embargo às exportações de petróleo, que vigorava há 40 anos, em Dezembro. E já estão a exportar para a Europa. O primeiro navio petroleiro dos EUA chegou esta quarta-feira, 20 de Janeiro, ao porto de Marselha, em França, relata o Financial Times. A chegada de mais petróleo à Europa adiciona pressão aos preços do Brent, o barril de referência para as importações portuguesas.

O governo norte-americano aprovou em Dezembro o fim do embargo às exportações de petróleo, imposto em 1973, no seguimento do choque petrolífero. "O levantamento do embargo "beneficia os produtores norte-americanos ao dar-lhes um mercado maior, por isso é impulsionador para o petróleo dos EUA, e penalizador para outros indicadores como o Brent", justifica Rhidoy Rashid, analista na Energy Aspects.

O fim do embargo reduziu a diferença de valor entre o barril de West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, e do Brent, em Londres. O petróleo de Nova Iorque ultrapassou mesmo o Brent, pela primeira vez desde Janeiro de 2015, em algumas sessões.

Uma tendência que se mantém esta quarta-feira, em que o WTI está a desvalorizar 1,41% para 27,95 dólares, enquanto o Brent recua 0,97% para 27,61 dólares. O petróleo de referência para as importações europeias chegou a desvalorizar 2,12% para 27,29, um mínimo de 2003, durante a sessão.

Além dos EUA, também o Irão retomou as exportações de petróleo, esta semana, após o levantamento das sanções internacionais, no seguimento do acordo nuclear com o país. A perspectiva de mais meio milhão de barris diários num mercado com excesso de oferta acentuou a queda dos preços. Por outro lado, os receios em torno do crescimento da economia mundial reforçam a perspectiva de um abrandamento no consumo da matéria-prima.