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FMI deixa o aviso: impacto do "Brexit" será "negativo e substancial"

As barricadas estão montadas, mas os apoiantes da manutenção do Reino Unido na União Europeia têm atacado em força na última semana. Agora foi a vez de Christine Lagarde alertar para os riscos que o país e a economia mundial enfrentam em caso de Brexit.

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13 de Maio de 2016 às 13:08
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Primeiro foi o primeiro-ministro britânico, David Cameron, seguido do seu antecessor, Gordon Brown. O ministro das Finanças, George Osborne, e até o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney. Agora foi a vez de Christine Largarde se pronunciar sobre o "Brexit". Algo que a acontecer, defendem unanimemente, será negativo para o Reino Unido. Mas também para a economia mundial.

"Não acredito que, nos últimos seis meses, tenha visitado um país onde não me tenham perguntado: 'quais serão as consequências económicas do Brexit'", disse Christine Lagarde numa conferência em Londres, esta sexta-feira, 13 de Maio. Mas a presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi mais longe, ao afirmar que há "ansiedade em todo o mundo".

E acrescentou: "eu sei que é um grande problema interno para muitos de vocês, mas é um problema internacional". Estas declarações surgem no dia em que o FMI publicou o relatório anual sobre o Reino Unido, no qual alerta para os riscos de o país sair da União Europeia (UE). Entre as conclusões, está que "um voto para sair precipitaria um período prolongado de incerteza, causando volatilidade nos mercados financeiros e um golpe no resto do mundo".

Foram várias as críticas deixadas pela instituição sediada em Washington, segundo o The Guardian. "Os efeitos de longo prazo na economia do Reino Unido e nos salários seriam também negativas e substanciais", alertou o FMI, esclarecendo que Londres perderia também "o estatuto de centro financeiro global".

cotacao Um voto para sair precipitaria um período prolongado de incerteza, causando volatilidade nos mercados financeiros e um golpe no resto do mundo. cHRISTINE LAGARDE Directora-geral do FMI

A favor da manutenção do Reino Unido na União Europeia, George Osborne aproveitou a ocasião para reforçar o apelo ao "sim". O ministro das Finanças salientou que o relatório do FMI revela que o "Brexit" claramente pode "custar-nos dinheiro". E num apelo directo aos britânicos concluiu: "isso é menos para gastar nos serviços públicos, como as escolas e o serviço nacional de saúde".

"Brexit" pode pôr em risco a paz


Esta segunda-feira, 9 de Maio, dia em que se assinalou o Dia da Europa, David Cameron alerou que a saída do Reino Unido da União Europeia poderia colocar em risco a paz. "Temos mesmo a certeza que a paz e a estabilidade no nosso continente estão asseguradas, sem sombra de dúvida? Será que vale a pena correr esse risco? Seria precipitado assumir que estão garantidas", afirmou o primeiro-ministro britânico.

Para Cameron, o Reino Unido será mais seguro, mais forte e melhor se ficar na União Europeia. "O Reino Unido tem um interesse nacional fundamental em manter um propósito comum na Europa para evitar futuros conflitos entre países europeus. E isso exige liderança britânica, e exige que o Reino Unido se mantenha membro."

 

No mesmo dia, numa entrevista a um grupo alemão, citada pela France Presse, também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que uma eventual saúde da União Europeia terá "consequências imprevisíveis" na convivência dos europeus.

No início da campanha, há cerca de um mês, as sondagens não apontavam um resultado claro no referendo de 23 de Junho, sugerindo que os britânicos estão bastante divididos.

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