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Trump volta a aconselhar Reino Unido a sair da UE

O candidato favorito dos republicanos voltou a irritar o primeiro-ministro britânico e dirigiu-se até em tom ameaçador ao muçulmano Sadiq Khan, recém-eleito "mayor" de Londres.

Bloomberg
16 de Maio de 2016 às 16:47
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O provável candidato republicano nas eleições norte-americanas de Novembro voltou a aconselhar os eleitores do Reino Unido a votarem pelo abandono da União Europeia (UE) no referendo agendado para 23 de Junho. "Acho que se fosse britânico quereria voltar a um sistema diferente", declarou Donald Trump (na foto).

 

Numa entrevista difundida esta segunda-feira, 16 de Maio, pela cadeia britânica ITV, o polémico milionário dos Estados Unidos recordou a sua experiência pessoal com as instituições europeias – "já lidei com a UE e é muito burocrática" – e, dirigindo-se ao entrevistador, Piers Morgan, deixou a pergunta: "Para que é que precisam dela [União Europeia]?"

 

No dia em que mais de 300 empresários publicaram na imprensa uma carta a pedir o voto favorável ao chamado "Brexit", Trump repete assim os conselhos para deixar Bruxelas para trás. A 24 de Março, o também investidor no país apontou os "muitos problemas" que a pertença ao bloco europeu acarreta para o antigo aliado no Velho Continente.

 

Esta opinião do republicano, que deverá disputar a presidência com a democrata Hillary Clinton, colide igualmente com o posicionamento do actual ocupante da Casa Branca. Durante uma recente visita ao Reino Unido, Barack Obama publicou um artigo de opinião no The Telegraph em que apelava ao "sim" no referendo com o argumento de que "a União Europeia faz o Reino Unido ainda maior".

 

O apoio explícito ao "Brexit" é também mais um ponto de confronto com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que na semana passada sugeriu que a saída do país da UE poderia até colocar a paz em risco. Na entrevista ao ITV, confrontado com as acusações do líder conservador de que as suas ideias do outro lado do Atlântico eram "divisionistas, estúpidas e erradas", Trump não teve dúvidas: "Parece que não vamos ter uma boa relação".

 

"Eu espero ter um bom relacionamento com ele, mas parece que ele não está disposto a resolver o problema", acrescentou o comandante da corrida eleitoral interna no Partido Republicano. Entretanto, citado pela Reuters, um porta-voz de Cameron já veio reafirmar a discordância e mesmo a forma como qualificou no ano passado a ideia de Trump de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.

 

Este debate ganhou ainda mais relevância com a eleição do muçulmano Sadiq Khan como presidente da câmara de Londres. Trump havia admitido abrir uma excepção para o autarca londrino, que entretanto o acusou de ser "ignorante" na sua visão sobre o Islão. O político norte-americano ripostou que "agora não [quer] saber dele" e fechou a declaração televisiva em tom ameaçador: "Diga-lhe que irei lembrar-me dessas declarações desprezíveis".

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