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Bolsas: Canadá com maior queda desde crash de 1987 e Brasil em “bear market”
Os mercados arrancaram a semana com uma turbulência máxima, com os investidores a fugirem das ações e das matérias-primas, refugiando-se nas obrigações e outros ativos de baixo risco, depois da Arábia Saudita ter iniciado uma guerra de preços no mercado petrolífero. Acompanhe aqui o minuto.
- Mercados asiáticos afundam durante a madrugada
- Arábia Saudita lança o caos nos mercados
- A situação nos mercados
- Crash no petróleo
- O que anunciou a Arábia Saudita?
- Petróleo saudita vai inundar o mercado
- Cotações podem descer para os 20 dólares, diz Goldman Sachs
- Bolsas do Golfo pérsico afundam. Saudi Aramco cai 10%
- Bolsas europeias em queda livre em abertura tumultuosa
- PSI-20 desce 5% ainda sem BCP e Galp
- PSI-20 afunda mais de 8%. Galp cai 25%
- PSI-20 está em mínimos de junho de 2016
- Bolsas europeias afundam mais de 5% e entram em "bear market"
- O ponto de situação nos mercados duas horas depois da abertura das bolsas europeias
- Alemanha anuncia estímulo. França quer resposta europeia coordenada
- Rússia preparada para a "guerra dos preços" com os sauditas. Rosneft deverá subir produção em abril
- BCP derrapa para mínimos históricos. Galp com a maior queda de sempre
- Petróleo regressa aos níveis pré-OPEP+
- Volatilidade em máximos da crise financeira de 2009
- Bolsa brasileira derrapa mais de 10% com Petrobras a quebrar 25%
- Wall Street junta-se à derrocada nas bolsas mundiais
- Forte queda suspende negociação em Wall Street durante 15 minutos
- PSI-20 afunda para mínimos do referendo do Brexit
- Ponto de situação nos mercados uma hora depois da abertura de Wall Street
- Trump: "[Crise petrolífera] é boa para os consumidores, os preços da gasolina vêm por aí abaixo"
- PSI-20 perde quase 9% na maior queda diária desde 2008
- Cotadas do PSI-20 perdem mais de 5 mil milhões
- Europa com maior derrocada desse a crise de 2008
- Sauditas afundam petróleo em 20%
- S&P500 afunda 8%
- Derrocada no fecho das bolsas europeias
- Canadá com maior queda desde crash de 1987 e Brasil em “bear market”
- Bolsas americanas e petróleo arrebitam com Trump
- Praças asiáticas no vermelho
O índice japonês, o Nikkei, desceu mais de 5%, assim como o também japonês Topix. Na China, o índice de Shanghai desvalorizou 3%, o de Shenzhen mais de 4%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng encolheu quase 4%.
Seguem-se o índice da Coreia do Sul, o Kospi, que desvalorizou 4%, o índice australiano, S&P/ASX 200, que afundou mais de 7% e o índice de Singapura, o Straits Times, que caiu mais de 5%. O índice MSCI AC Asia, que conjuga as principais cotadas de economias asiáticas desenvolvidas e em desenvolvimento, desvalorizou mais de 4,5%.
A decisão da Arábia Saudita iniciar uma guerra de preços no mercado petrolífero lançou o caos nos mercados financeiros globais. A reação mais imediata foi a maior queda do petróleo em quase 30 anos, mas as ações e outras matérias-primas também estão a sofrer quedas violentas, com os investidores a darem sinais de pânico.
Os futuros sobre o S&P500 deram o mote, chegando a cair o limite máximo de 5%. Os futuros sobre o EuroStoxx 50 também caem mais de 5% e Tóquio liderou as quedas na sessão asiática, igualmente com desvalorizações acima de 5%.
Estas são as variações de maior relevo nos mercados:
BOLSAS
Futuros sobre o S&P500 caem 4,86% para 1.819,90 pontos
Futuros sobre o Euro Stoxx50 afundam 7,9%
S&P/ASX 200 (Austrália) cedeu 7,3%
Nikkei (Japão) caiu 5,07%
CSI 300 (China) desvalorizou 3%
MATÉRIAS-PRIMAS
WTI (Nova Iorque) desce 27,23% para 30,04 dólares
Brent (Londres) afunda 25,43% para 33,76 dólares (chegou a cair mais de 31% para 30,02 dólares)
Ouro desvaloriza 0,7% para 1.662 dólares a onça
OBRIGAÇÕES
Yield das obrigações alemãs a 10 anos cai 13 pontos base para -0,84% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações dos EUA a 10 anos cai 42 pontos base para 0,34% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações dos EUA a 30 anos cai 56 pontos base para 0,73% (mínimo de sempre)
CÂMBIOS
Iene dispara 2,5% para 102,73 por dólar
Euro dispara 1,1% para 1,1406
Peso mexicano afunda 4,9%
O Brent em Londres chegou a cair mais de 31%, sofrendo a maior queda desde que os Estados Unidos invadiram o Iraque em 1991. A matéria-prima negociou nos 30 dólares, o que representa o nível mais baixo desde fevereiro de 2016.
Antes da abertura das bolsas europeias, o WTI (Nova Iorque) desce 27,23% para 30,04 dólares. O Brent (Londres) afunda 25,43% para 33,76 dólares.
Depois do falhanço nas negociações para convencer a Rússia a juntar-se aos cortes de produção programados na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Arábia Saudita decidiu avançar com uma estratégia que está a lançar o mercado petrolífero num caos. As cotações da matéria-prima estão a afundar como não se via há quase 30 anos e o preço do barril está na casa dos 30 dólares.
O maior produtor de petróleo do mundo vai aumentar a produção e cortou de forma significativa o preço que cobra aos seus clientes. O objetivo passa por inundar o mercado de petróleo saudita numa altura em que as cotações já estão em forte quebra devido à redução da procura provocada pela propagação global do coronavírus.
A Arábia Saudita responde assim com esta jogada de alto risco para "encostar à parede" os russos e outros países que não pretendem entrar numa estratégia global de redução da oferta. Desde 2016 que a OPEP (liderada pela Arábia Saudita) e outros países aliados (com destaque para a Rússia) têm alcançado acordos para definir os níveis de produção ideais para manter as cotações da matéria-prima nos níveis pretendidos.
O entendimento deste grupo conhecido por OPEP+ (14 membros do cartel mais os 10 aliados) colapsou de forma dramática e inesperada esta semana, pois a OPEP aceitou uma corte global de produção de 1,5 milhões de barris por dia, mas a Rússia não se mostrou disponível para acompanhar este movimento.
Assim, a Arábia Saudita passou de uma tática de tentar impulsionar as cotações, para uma estratégia de as deprimir.
O atual acordo em vigor na OPEP+ (redução de 2,1 milhões de barris por dia) termina em março e a partir do próximo mês cada produtor é livre de colocar no mercado o que entender.
A Arábia Saudita já anunciou que em abril vai produzir mais de 10 milhões de barris de petróleo por dia (contra 9,7 milhões este mês) e está disponível para chegar aos 12 milhões de barris por dia, o que representa um nível recorde.
Além disso, a Saudi Aramco (petrolífera estatal saudita) aplicou o maior corte em cerca de 30 anos ao preço do barril que cobra aos seus clientes. Uma descida entre 6 a 8 dólares por barril que visa inundar o mercado de petróleo saudita e deixar os outros produtores sem mercado para escoar a sua produção.
Segundo a Reuters, outros produtores árabes, como o Iraque e o Koweit, vão seguir a estratégia da Arábia Saudita de aumentar a produção e reduzir os preços.
Segundo a Bloomberg, os responsáveis sauditas estão mesmo em contacto com os maiores consumidores de petróleo do mundo, oferecendo descontos agressivos se estes fecharem contratos de imediato para comprar petróleo saudita. Nestas conversações, aos clientes de petróleo russo estão a ser oferecidas as melhores condições, pois o objetivo dos sauditas passa por infligir o maior dano possível aos produtores russos.
O crude Arab Light está a ser oferecido às refinarias do norte da Europa com um desconto de cerca de 10 dólares face ao preço do Brent (petróleo cotado de referência na Europa). O Ural (crude russo) está a ser transacionado com um desconto de apenas 2 dólares face ao Brent.
De acordo com o Goldman Sachs, esta guerra entre a OPEP e a Rússia poderá provocar perdas ainda mais acentuadas nos preços da matéria-prima. O banco norte-americano estima que o Brent pode cair até aos 20 dólares por barril, nível que representa o mínimo em que muitos dos produtores de petróleo podem "sobreviver".
Esta estratégia surpresa da Arábia Saudita vem alterar por completo o "outlook" para o mercado de petróleo e gás, diz o banco norte-americano, que estima agora um preço médio de 30 dólares por barril para o segundo e terceiros trimestres deste ano.
"A guerra de preços entre a OPEP e a Rússia começou este fim de semana", diz o Goldman Sachs, assinalando que as perspetivas para o mercado petrolífero são agora mais duras do que em novembro de 2014, quando também existiu uma guerra de preços, uma vez que agora "assistimos a um colapso significativo do lado da oferta devido ao coronavírus".
A Saudi Aramco registou a queda máxima permitida de 10%. A petrolífera estatal da Arábia Saudita baixou o preço do crude que vende aos seus clientes, numa estratégia que visa infligir danos aos produtores russos, que não tinham aceite um corte na produção.
A abertura da sessão na Europa mostra bem o nervosismo dos investidores com a guerra de preços no petróleo que foi lançada pela Arábia Saudita. A queda está a ser generalizada em todos os setores, penalizando mais o energético, onde estão incluídas as petrolíferas.
As ordens de venda foram tantas e as desvalorizações tão acentuadas que a divulgação dos preços de abertura foi adiada em diversas bolsas. 10 minutos depois da abertura ainda não há cotação para vários índices, com a consolidação de ofertas a motivar esta situação tumultuosa nas praças europeias.
Nos primeiros minutos da sessão o Stoxx600 afunda 5,7% numa altura em que várias ações ainda não tinham preço de abertura. Entre os índices nacionais as quedas também são violentas, com quedas bem superiores a 5%.
O germânico Dax30 cai 7,4% e o FTSE 100 afunda 8,1%. O PSI-20 ainda não tem preço de abertura, numa altura em que ações como a Galp e BCP não têm ainda cotação de abertura.
A queda violenta das bolsas europeias na abertura está a atirar os mercados europeus para bear market (queda superior a 20% face ao anterior máximo).
Na bolsa portuguesa ainda não existem preços de abertura para as ações do BCP e da Galp, pelo que na realidade a queda do PSI-20 será muito maior do que os cerca de 5% que marca na abertura.
Com todas as cotadas do PSI-20 em queda, a Galp Energia destaca-se com uma desvalorização de 24,53% para 8,664 euros. Segue-se o BCP com uma descida de 12,64% para 0,1237 euros.
Esta desvalorização representa a queda intradiária mais forte desde o referendo do Brexit e atirou o índice português também para o nível mais baixo desde 24 de junho de 2016. Nessa sessão marcada pela decisão dos britânicos em saírem da União Europeia, o PSI-20 chegou a afundar 10,97%.
Uma hora depois da abertura da sessão de hoje, o PSI-20 segue com quedas menos agressivas (desce 5,79% para 4.401,15 pontos), mas com todas as cotadas do índice em terreno negativo. São 11 as cotadas do índice que atingiram mínimos de pelo menos um ano.
A Galp Energia desliza 13,03% para 9,984 euros. Ainda assim bem acima do mínimo desde setembro de 2015 que atingiu logo após a abertura, quando chegou a cair 25% para 8,63 euros.
O BCP desvaloriza 7,77% para 0,1306 euros, mas também já chegou a marcar quedas mais violentas. As ações do banco chegaram a cair 13% para atingirem um mínimo histórico nos 0,12 euros.
11 das cotadas portuguesas desvalorizam mais de 5%, destacando-se pela negativa ações como a Sonae Capital (-12,4%), Altri (-9,7%) e Mota-Engil (-7,8%).
O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, afunda 6,17% para os 344,17 pontos, ao ser penalizado principalmente pelo setor energético (-15%), o do turismo e do lazer. Esta é a maior queda desde 2016. O índice europeu de referência já caiu mais de 20% desde os máximos de 19 de fevereiro e está em mínimos de janeiro de 2019, tendo entrado em "bear market" (queda de 20% face ao máximo anterior).
O mesmo verifica-se um pouco por toda a Europa. O germânico Dax30 cai mais de 7% e o britânico FTSE 100 afunda 8%, ambos também a caminho de "bear market".
BOLSAS
Stoxx600 recua 6,03% para 344,67 pontos. Atingiu mínimos de janeiro de 2019
PSI-20 desce 6,7% para 4.358,29 pontos. Atingiu mínimos desde junho de 2016
DAX (Alemanha) desce 6,17% para 10.830,49 pontos
IBEX (Madrid) desce 6,2% para 7.853,5 pontos
FTSE (Londres) desce 6,46% para 6.062,91 pontos
Futuros sobre o S&P500 caem 4,86% para 1.819,90 pontos
Nikkei (Japão) caiu 5,07% para 19.698,76 pontos
S&P/ASX 200 (Austrália) cedeu 7,3%
CSI 300 (China) desvalorizou 3%
AÇÕES PORTUGUESAS
Galp Energia desce 14,18% para 9,852 euros. Chegou a cair 24,79% para mínimos de 2015
BCP desce 8,05% para 0,1302 euros. Atingiu um mínimo histórico nos 0,123 euros
MATÉRIAS-PRIMAS
WTI (Nova Iorque) desce 22,72% para 31,94 dólares. Chegou a cair 33,77% para 27,34 dólares
Brent (Londres) afunda 21,67% para 35,45 dólares. Chegou a cair mais de 31% para 30,02 dólares, na queda mais forte desde a Guerra do Golfo
Ouro valoriza 0,18% para 1.676,82 dólares a onça
Prata desce 2,32% para 16,94 dólares
OBRIGAÇÕES
Yield das obrigações alemãs a 10 anos cai 13,5 pontos base para -0,849% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações dos EUA a 10 anos cai 29,8 pontos base para 0,466% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações dos EUA a 30 anos cai 42,1 pontos base para 0,869% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações portuguesas a 10 anos sobe 7,2 pontos base para 0,36%
Yield das obrigações italianas a 10 anos sobe 19,5 pontos base para 1,26%
CÂMBIOS
Iene dispara 3,03% para 102,33 por dólar
Euro dispara 1,14% para 1,1411, máximos de fevereiro de 2019
Libra sobe 0,31% para 1,3089 dólaresPeso mexicano afunda 6,34% para 21,47 por dólar
Coroa norueguesa afunda 2,65% para 9,51 por dólar
O índice PSI-20 desvaloriza 7,75% para os 4.309,23 pontos na sessão desta segunda-feira, dia 9 de março, tendo já chegado a derrapar mais de 8% e tocado em mínimos de julho de 2016. Todas as cotadas negoceiam em queda, mas há onze que se destacam, uma vez que recuaram para mínimos de, pelo menos, mais de um ano.
Esta desvalorização da bolsa nacional representa a queda intradiária mais forte desde o referendo do Brexit e atirou o índice português também para o nível mais baixo desde 24 de junho de 2016. Nessa sessão marcada pela decisão dos britânicos em saírem da União Europeia, o PSI-20 chegou a afundar 10,97%.
Existem onze cotadas a bater em mínimos de mais de 52 semanas, como as papeleiras Altri e Navigator, a Ramada, a Sonae Capital, a Sonae, a Semapa, a Pharol, a Mota-Engil e a Nos. A esta lista juntam-se o BCP e a Galp.
A petrolífera portuguesa está a sentir na pele o rombo do preço do petróleo e afundou um máximo de 25% durante a parte da manhã para um mínimo de setembro de 2015. Esta é a maior queda intradiária de sempre da petrolífera portuguesa. A cotada liderada por Carlos Gomes da Silva desliza 15,57% para os 9,692 euros.
Dentro das empresas a afundar para mínimos o BCP também se destaca. O banco liderado por Miguel Maya derrapa 9,89% por esta altura, mas já chegou a afundar 13% para os 12,3 cêntimos por ação, o que representa um mínimo histórico.
Com a queda abrupta desta segunda-feira as cotações do petróleo regressaram ao nível em que se encontravam antes da OPEP+ ser formada, como mostra em baixo o gráfico da Bloomberg. Em 2016 os membros do cartel alinharam-se com a Rússia para impulsionar os preços da matéria-prima. Esta aliança na OPEP+ desfez-se na semana passada, depois da Rússia não ter concordado com o corte de produção proposto pela OPEP. Em resposta, a Arábia Saudita abriu uma guerra de preços que provocou uma queda de mais de 30% nas cotações da matéria-prima.
Um índice que mede a volatilidade dos mercados, o VIX, disparou para um máximo de 2009 – ou seja, os mercados de capitais já não viviam um dia de tamanha volatilidade desde a crise financeira de há uma década.
O VIX, que também é conhecido por índice do medo, atingiu os 51,3 na manhã de segunda-feira, num salto de mais de 10 pontos desde a sessão anterior. Este aumento é o maior de que há registo desde 5 de fevereiro de 2018, um dia que ficou conhecido como Volmaggedon. Esse dia foi marcado por uma debandada dos investidores para longe dos mercados acionistas.
Este índice mede a volatilidade implícita no S&P500 num horizonte de 30 dias, baseando-se no preço do mercado de opções. Na pré-negociação, o índice generalista norte-americano esteve a cair cerca de 5%, tocando os limites que definem a suspensão da negociação, de forma a evitar quedas abruptas.
Já na semana passada o VIX deu sinais de séria volatilidade, ultrapassando os 50 pontos desde fevereiro de 2018.
O Ibovespa desceu 10,25% para os 87.954,8 pontos, tendo tocado um mínimo de janeiro de 2019. O índice entrou desta forma em mercado urso (bear market), isto é, já está mais de 20% abaixo da cotação registada no último pico. A petrolífera, que é parceira da portuguesa Galp, afundou 25,54% para os 17 reais, o nível mais baixo desde junho de 2018.
O índice industrial Dow Jones iniciou o dia a perder 6,74% para 24.122,33 pontos (mínimo de 15 de janeiro), acompanhado pelo Nasdaq Composite a recuar 7,14% para 7.963,488 pontos (mínimo de 10 de outubro de 2029), e pelo Standard & Poor's 500 a cair 6,87% para 2.768,03 pontos.
Pouco tempo após a abertura da sessão, a negociação em Wall Street foi suspensa durante 15 minutos depois do S&P500 ter atingido uma queda máxima de 7%, o que originou a efetivação deste mecanismo ("circuit breaker"). O mercado voltará a ser suspendo por 15 minutos se a queda atingir 13%. E uma terceira vez se a queda chegar aos 20%. Daqui não passará e se um índice estiver a cair mais de 20% face ao fecho anterior, a negociação ficará suspensa até ao final do dia.
BOLSAS
Stoxx600 recua 6,34% para 343,54 pontos. Atingiu mínimos de janeiro de 2019
PSI-20 desce 7,2% para 4.335,19 pontos. Atingiu mínimos desde junho de 2016
DAX (Alemanha) desce 6,42% para 10.800,45 pontos
IBEX (Madrid) desce 6,4% para 7.839,2 pontos
FTSE (Reino Unido) desce 6,29% para 6.059,79 pontos
S&P500 cai 5,36% para 2.813,24 pontos
Nikkei (Japão) caiu 5,07% para 19.698,76 pontos
S&P/ASX 200 (Austrália) cedeu 7,3%
CSI 300 (China) desvalorizou 3%
MATÉRIAS-PRIMAS
WTI (Nova Iorque) desce 17,01% para 34,29 dólares. Chegou a cair 33,77% para 27,34 dólares
Brent (Londres) afunda 18,42% para 36,98 dólares. Chegou a cair mais de 31% para 30,02 dólares, na queda mais forte desde a Guerra do Golfo
Ouro desvaloriza 0,02% para 1.673,51 dólares a onça
Prata desce 2,70% para 16,87 dólares
OBRIGAÇÕES
Yield das obrigações alemãs a 10 anos cai 17,3 pontos base para -0,885% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações dos EUA a 10 anos cai 23,7 pontos base para 0,524% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações dos EUA a 30 anos cai 31 pontos base para 0,978% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações portuguesas a 10 anos sobe 5,3 pontos base para 0,342%
Yield das obrigações italianas a 10 anos sobe 28,3 pontos base para 1,35%
CÂMBIOS
Iene dispara 2,93% para 102,39 por dólar
Euro dispara 1,16% para 1,1413, máximos de fevereiro de 2019
Libra sobe 0,57% para 1,3123 dólares
Peso mexicano afunda 4,75% para 21,11 por dólar
Coroa norueguesa afunda 2,54% para 9,50 por dólar
Num outro tweet, Trump refere que esta descida abrupta da cotação do crude se deve não apenas à contenda entre Riade e Moscovo mas também às "fake news".
Good for the consumer, gasoline prices coming down!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 9, 2020
Com uma desvalorização de quase 9%, a bolsa nacional registou a maior queda diária desde 2008, ano marcado pela falência do Lehman Brothers e pelo aumento de proporções da crise financeira internacional.
Na sessão de "ressaca" do referendo britânico que deu a vitória ao Brexit, em junho de 2016, o PSI-20 chegou a recuar acima de 10% na negociação intradiária, porém, aquando do encerramento da negociação bolsista, acabou por limitar as perdas a menos de 7%.
As 18 cotadas do PSI-20 viram a sua capitalização bolsista conjunta baixa em 5.270 milhões de euros apenas na sessão dessa segunda-feira. Uma queda que acresce aos quase 8 mil milhões de euros perdidos nas 10 sessões anteriores (duas semanas).
A Galp Energia sofreu a maior perda de valor de mercado, que recuou mais de 2 mil milhões de euros e está agora abaixo dos 8 mil milhões de euros. A capitalização bolsista da EDP baixou mais de mil milhões de euros, a da EDP Renováveis caiu mais de 800 milhões e o valor de mercado do BCP recuou 324 milhões de euros e está agora abaixo dos 2 mil milhões de euros. As cotadas que pertencem ao PSI-20 têm agora um valor de mercado conjunto inferior a 55 mil milhões de euros.
As bolsas europeias estão a cair a pique. Aos receios quanto ao potencial e já real impacto económico do coronavírus, veio somar-se a decisão da Arábia Saudita de inundar os mercados de petróleo, afundando o preço desta matéria-prima e provocando o caos nos mercados internacionais.
O agregador das 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, afundou 7,44% para os 339,5 pontos, registando volumes de negociação que superam em três vezes a média dos últimos 100 dias. Esta é a maior queda do índice desde outubro de 2008.
A maioria das grandes praças estão a precipitar-se em direção a um mercado urso (bear market), apresentando quebras maiores que 20% desde o último pico. As bolsas de Amesterdão, Espanha, Alemanha e Inglaterra perdem mais de 7%, a francesa desceu acima de 8% e a grega recuou mesmo mais de 11%.
Do outro lado do Atlântico o cenário é equivalente, com o índice generalista de referência nos Estados Unidos, o S&P500, a deslizar cerca de 18% desde o máximo histórico atingido a 19 de fevereiro. Este "mergulho" no vermelho pode ditar o fim do mercado touro (bull market) que reinava em Wall Street nos últimos 11 anos, que foram essencialmente de expansão.
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, deslizou 31,48% para os 31,02 dólares, um mínimo de fevereiro de 2016 e a maior queda em quase 30 anos. Segue agora a perder 20,19% para os 36,13 dólares.
A derrocada deu-se após a Arábia Saudita ter anunciado que vai produzir mais petróleo e cortar os preços. Depois do falhanço nas negociações para convencer a Rússia a juntar-se aos cortes de produção programados na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Arábia Saudita decidiu avançar com uma estratégia de aumentar a produção e cortar de forma significativa o preço que cobra aos seus clientes. O objetivo passa por inundar o mercado de petróleo saudita numa altura em que as cotações já estão em forte quebra devido à redução da procura provocada pela propagação global do coronavírus. A Arábia Saudita responde assim com esta jogada de alto risco para "encostar à parede" os russos e outros países que não pretendem entrar numa estratégia global de redução da oferta.
O índice Russell 2000, que regista o desempenho das empresas de menor capitalização [small caps], já está em "mercado urso".
Quando temos um mercado urso, significa que está em queda (a perder pelo menos 20% desde os últimos máximos) – e os investidores que acreditam que as praças accionistas seguirão em baixa são também considerados ursos (pois estão em modo "bearish").
E porquê o urso? Porque ataca de cima para baixo, com as suas garras, provocando um movimento descendente. Entra-se em "mercado urso" quando um título, índice ou outro activo regista uma queda de pelo menos 20% face ao anterior máximo.
Os investidores refugiam-se em ativos considerados mais seguros, como as obrigações soberanas, que nos EUA registam os juros a 10 anos mais baixos de sempre.
O ponto de situação nos mercados após o fecho das bolsas europeias
BOLSAS
Stoxx600 recuou 7,44% para 339,50 pontos. Atingiu mínimos de janeiro de 2019
PSI-20 desceu 8,66% para 4.266,88 pontos. Atingiu mínimos de junho de 2016
DAX (Alemanha) depreciou-se em 7,94% para 10.625,02 pontos
IBEX (Madrid) desvalorizou 7,96% para 7.708,70 pontos
FTSE (Reino Unido) perdeu 7,69% para 5.965,77 pontos
S&P500 cai 6,88% para 2.770,05 pontos
Nikkei (Japão) cedeu 5,07% para 19.698,76 pontos
S&P/ASX 200 (Austrália) derrapou 7,3%
CSI 300 (China) registou um decréscimo de 3%
MATÉRIAS-PRIMAS
WTI (Nova Iorque) afunda 24,25% para 31,27 dólares por barril. Chegou a cair 33,77% para 27,34 dólares
Brent (Londres) mergulha 24,06% para 34,38 dólares por barril. Chegou a cair mais de 31% para 30,02 dólares, na queda mais forte desde a Guerra do Golfo
Ouro sobe 0,22% para 1.677,50 dólares por onça
Prata desliza 1,52% para 17 dólares por onça
OBRIGAÇÕES
Yield das obrigações alemãs a 10 anos cai 14,7 pontos base para -0,861% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações dos EUA a 10 anos recua 25,7 pontos base para 0,505% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações dos EUA a 30 anos alivia 40,7 pontos base para 0,883% (mínimo de sempre)
Yield das obrigações portuguesas a 10 anos sobe 8,5 pontos base para 0,374%.
Yield das obrigações italianas a 10 anos avança 34,9 pontos base para 1,417%.
CÂMBIOS
Iene dispara 3,22% para 102,10 por dólar
Euro dispara 1,23% para 1,1461 dólares, máximos de fevereiro de 2019
Libra sobe 0,57% para 1,3122 dólares
Peso mexicano afunda 5,15% para 0,04717 dólares
Coroa norueguesa ganha 3% para 9,53 dólares
O Brasil registou a pior sessão em 21 anos, com o Ibovespa a cair 12,17% e a entrar em "mercado urso". A petrolífera Petrobras afundou mais de 31%. O banco central teve também de intervir para segurar a queda do real face ao dólar.
Já a bolsa canadiana afundou mais de 10%, a maior queda desde a segunda-feira negra do crash de outubro de 1987.
Nos EUA, os três principais índices registaram os seus piores fechos de sempre em pontos.
Os futuros dos índices de Wall Street mantiveram o movimento de descida após o horário regular da sessão de segunda-feira, mas foi uma perda momentânea, seguindo agora a ganhar terreno muito à conta das promessas do presidente Donald Trump.
O Dow Jones, que começou por ceder 267 pontos (mais de 1%), segue agora a somar 200 pontos (0,90%).
Já os futuros do S&P 500 e do Nasdaq somam 0,88% e 1%, respetivamente, depois de também terem entrado a negociar no vermelho no "after hours".
O mesmo sucede com os preços do petróleo, que abriram os futuros em baixa na Ásia mas que seguem agora a somar em torno de 5% - isto depois da pior sessão desde a guerra do Golfo.
A impulsionar estas inversões para terreno positivo está o facto de Donald Trump estar a debater esta noite, na Casa Branca, possíveis mecanismos de estímulo da economia.
A noite será longa e na terça-feira o sentimento dos investidores poderá estar, em grande medida, a refletir o que sair da reunião em Washington.
Já foi também anunciado que Trump dará esta terça-feira uma conferência de imprensa para falar sobre medidas económicas.
O nipónico Nikkei segue a perder 1,66% para 19.372,46 pontos e o Topix cai 1,30% para 1.370,95 pontos.