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Wall Street perde 7% com "tsunami" petrolífero e coronavírus

As principais bolsas norte-americanas arrancaram a semana em forte queda, não resistindo à "tempestade perfeita" causada pela conjugação dos efeitos relativos ao choque petrolífero, provocado pela guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia, e o receio relacionado com o coronavírus.

EPA
09 de Março de 2020 às 13:36
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A espécie de "tsunami" que esta segunda-feira arrasta os mercados para o vermelho chegou aos Estados Unidos que logo na abertura da sessão desta segunda-feira, 9 de março, afunda em torno de 7%.

O índice industrial Dow Jones iniciou o dia a perder 6,74% para 24.122,33 pontos (mínimo de 15 de janeiro), acompanhado pelo Nasdaq Composite a recuar 7,14% para 7.963,488 pontos (mínimo de 10 de outubro de 2029), e pelo Standard & Poor's 500 a cair 6,87% para 2.768,03 pontos. 

Pouco tempo após a abertura da sessão, a negociação em Wall Street foi suspensa durante 15 minutos, já depois de o S&P500 ter atingido uma queda máxima de 7%, o que originou a efetivação deste mecanismo ("circuit breaker"). O mercado voltará a ser suspendo por 15 minutos se a queda atingir 13%. E uma terceira vez se a queda chegar aos 20%. Daqui não passará e se um índice estiver a cair mais de 20% face ao fecho anterior, a negociação ficará suspensa até ao final do dia.


A forte queda do preço do petróleo provocada pela guerra de preços em curso entre a Arábia Saudita e a Rússia colocou a matéria-prima na cotação mais baixa desde 2016, ano em que a disputa entre Riade e os Estados Unidos também se repercutiu numa acentuada desvalorização do crude. 

Esta descida do valor do petróleo está a provocar o afastamento dos investidores do mercado bolsista e o reforço da procura de ativos considerados mais seguros como as obrigações de dívida pública. 

Por outro lado, o acelerar do ritmo de propagação do Covid-19 tanto na Europa como nos Estados Unidos está também a contribuir para elevar o nível de apreensão quanto à dimensão da epidemia e potenciais efeitos para a economia global. 

Apesar da tendência generalizada ser de perdas, as maiores quedas estão, à imagem do que já se verifica na Europa, o setor petrolífero é o mais penalizado. A Mrathon Petroleum afunda 18,16% para 32 dólares, enquanto Exxon e Chevron caem perto de 14,5% para 40,91 dólares e 81,53 dólares, respetivamente.

Depois de a Rússia não ter alinhado com os aliados da organização dos países produtores de petróleo (OPEP) na estratégia saudita de reforçar os cortes à produção já em vigor para impulsionar o preço do barril de crude, a Arábia Saudita anunciou que vai incrementar os respetivos níveis de produção a partir de 1 de abril (altura em que os cortes à produção da OPEP+ deixam de estar em vigor). 

Com este alerta de que pretende inundar o mercado, Riade está a promover uma desvalorização da matéria-prima que pode parecer contrária aos seus interesses, contudo com esta estratégia as autoridades sauditas pretendem pressionar a Rússia, e também os Estados Unidos, com uma desvalorização acentuada e progressiva do crude, já que o crude tens custos de exploração bastante superiores para aqueles dois grandes produtores.

(Notícia atualizada)
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