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BPI: Programa do PS "parece trazer de volta alguns riscos" para a EDP

O programa do PS não é suficientemente claro para retirar conclusões quanto ao impacto para o sector da energia, diz o BPI. Mas o banco acredita que há riscos sobretudo para a incumbente, a EDP.

António Mexia, EDP. Eleito melhor presidente executivo da Europa no sector das ‘utilities’ (água, gás, electricidade)
10 de Novembro de 2015 às 12:29
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O BPI avaliou o impacto do programa do PS para o sector energético. Em cima da mesa estão, entre outras medidas, a renegociação das concessões do sector da energia ou a aposta nas energias renováveis.

"Já afirmámos que o programa do PS tem potencial limitado para materialmente impactar os retornos regulados das empresas" diz a equipa de análise do BPI. Mas, "apesar da renegociação das concessões da energia e da partilha dos lucros com o Estado, ser um objectivo vago e também não ser novidade, poderá dar crédito para os que temem que um governo de esquerda possa atacar a remuneração das actividades reguladas", acrescentam os mesmos especialistas.

Além disso, o banco acrescenta "que durante a permanência da troika no país, a regulação dos sectores da electricidade e do gás foi revista (alterada em alguns casos) e foram firmados acordos com as empresas, incluindo uma taxa extraordinária às empresas de energia que o PS afirmou em outras ocasiões não ser contra a gradual remoção desta".

Face ao programa do PS avançado durante as eleições a única alteração que o banco identifica refere-se à "transferência da taxa do audiovisual, cobrada nas facturas da electricidade, para as facturas das telecomunicações" o que BPI não considera "uma alteração material".

"No global, o programa do PS parece trazer de volta alguns riscos em particular para a incumbente, a EDP, mas como seria de esperar, o programa não é claro o suficiente para retirar um potencial impacto", frisam os mesmos analistas.

Entre os aspectos que "podem eventualmente ter algum impacto" para a empresa liderada por António Mexia, o BPI sublinha o corte na remuneração do défice tarifário em linha com a queda das "yields" portuguesas, sendo que "o PS espera cerca de 40 milhões de euros deste efeito, o que entendemos que será aplicado ao novo défice", bem como "o impulso nas renováveis em linha com o fim das compensações anuais para a geração dos CMEC [Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual]em 2017" e a implementação de algum tipo de compensações para a hidro-produção em anos de seca.

Quanto à EDP Renováveis, o BPI explica que, "embora o programa mencione uma transição para o fim das tarifas das renováveis e a remuneração destas através dos preços de mercado, não é claro se isso vai significar um corte da remuneração do actual parque instalado ou efectivamente um corte e uma alteração no modelo da remuneração".

Para a REN, o programa do PS "menciona um ponto relevante relacionado com o reforço das interconexões para tirar partido do impulso na geração de energia renovável", o que também está, em geral, em linha com as intenções do actual governo e "está mais dependente das decisões ao nível da Comissão Europeia", alerta o BPI.

As três cotadas seguem a desvalorizar, esta terça-feira, em linha com o desempenho negativo do PSI-20, que perde 1,13%. A EDP cede 1,17% para 3,212 euros, a EDP Renováveis deprecia 0,67% para os 6,259 euros e a REN cai 0,11% para os 2,61 euros.

O BPI recomenda "comprar" as acções da EDP Renováveis e da REN, atribuindo uma avaliação de 7,80 euros e 3,25 euros, respectivamente. Já a EDP conta com um "rating" de "neutral" e um preço-alvo de 3,25 euros.
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