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Rolls-Royce corta o dividendo pela primeira vez em quase 25 anos
A decisão não foi inesperada. Ainda assim, a redução da remuneração accionista foi mais expressiva do que era antecipado pelos analistas, revela o The Guardian.
A Rolls-Royce manteve as suas perspectivas para este ano, mas sublinhou que será mais um "ano de desafios". Por isso, decidiu reduzir a remuneração accionista. Uma decisão que tomou pela primeira vez desde 1992, quando a economia do Reino Unido enfrentava uma recessão profunda, relembra o jornal britânico The Guardian.
A cotada britânica reviu em baixa o valor do dividendo em 50% para 7,1 pence por acção. Esta redução supera a estimativa dos analistas, que antecipavam um corte de 30%. Esta decisão vai afectar sobretudo fundos de pensões que estão entre os principais accionistas da empresa.
Warren East, presidente-executivo da empresa, sublinhou a importância de ter uma remuneração accionista "saudável". "Sujeitos às necessidades de liquidez de curto prazo, pretendemos rever o pagamento que será reconduzido ao longo do tempo para um nível apropriado", disse o executivo, citado pelo The Guardian.
"As metas inalteradas para 2016 devem ajudar a travar o sentimento negativo. O corte de 50% no dividendo final é um passo doloroso mas a Rolls-Royce assumiu um compromisso bastante claro de ter uma política de dividendos progressiva", disse Sandy Morris, analista do Jefferies, ao jornal.
Em menos de dois anos, a empresa emitiu cinco alertas negativos sobre os resultados ("profit warning"). O mercado tinha receios de que, esta sexta-feira, a companhia fizesse o sexto alerta, o que não aconteceu. Nesse sentido, as acções somam 16,32% para os 616,50 pence, um desempenho que lhe permite anular as quedas acumuladas desde o início do ano. Soma mais de 7%.
A empresa fechou o ano de 2015 com lucros de 1,4 mil milhões de libras (1,79 mil milhões de euros), menos 12% do que um ano antes.
