Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

BCP e BPI: Analistas acreditam mais na OPA do que na fusão

O BPI e o BCP reagiram em alta à proposta de Isabel dos Santos para uma fusão. Mas os analistas defendem que a subida mais expressiva do banco liderado por Fernando Ulrich traduz a expectativa de que o CaixaBank venha a melhorar as condições da OPA.

04 de Março de 2015 às 00:01
  • 6
  • ...

Isabel dos Santos formalizou a proposta para a negociação de uma fusão entre BPI e BCP. Um desenvolvimento bem recebido pelos investidores que levaram as acções dos bancos a fortes ganhos, sobretudo os títulos do banco liderado por Fernando Ulrich. Um movimento que os analistas atribuem à expectativa de que o CaixaBank venha a subir a contrapartida no âmbito da OPA ao BPI.


Como resposta à oferta lançada pelo CaixaBank, a empresa angola que é a segunda maior accionista do BPI, pretende que este banco encete negociações com vista à fusão com o BCP. Notícias que se traduziram em ganhos para as acções. O banco liderado por Fernando Ulrich somou 9,04% para os 1,483 euros, o valor mais elevado do último mês. Já o BCP, que chegou a ganhar mais de 9% antes de a CMVM suspender a negociação, acabou por avançar apenas 2,43% para os 8,54 cêntimos, um máximo desde Novembro.


"Esta subida na cotação do BPI significa que o mercado acredita mais na OPA do que na fusão", defende João Pereira Leite, director de investimentos do Banco Carregosa. Também Steven Santos, gestor da XTB, acredita que por trás destas valorizações está a expectativa de que o grupo catalão venha a "lutar pelo seu objectivo e melhorar as condições da OPA".


Ou seja, "os investidores estão a antecipar uma subida de preço da oferta do BPI pelo CaixaBank, e que a Santoro faça valer a sua posição de ‘desbloqueio’ a um preço bastante superior ao oferecido inicialmente", acrescenta Pedro Lino, administrador da Dif Broker.

 

As acções do BPI acabam por registar ganhos mais expressivos "porque não há entendimento entre o La Caixa e Isabel dos Santos, e porque a empresária angolana vai tentar vender cara a alteração aos estatutos", realça João Pereira Leite.

 

Fusão tem obstáculos

 

As acções do BPI deverão continuar a ser mais beneficiadas, uma vez que existem dois projectos para o futuro do banco. "Um inclui o BCP, o outro não. Assim, é convicção dos investidores que, se o Caixabank subir o preço que está disposto a oferecer pelo BPI, a Santoro possa vender", refere Pedro Lino. Para o administrador da Dif Broker, a Santoro dá a entender que, no caso de uma revisão em alta da contrapartida, "o cenário de fusão com o BCP estaria colocado de parte".


A fusão ainda é só um "convite à negociação" por parte da empresária angolana. Mas, caso avance, "enfrentaria vários obstáculos", alerta Steven Santos. São eles, "o reembolso antecipado da ajuda estatal ao BCP, a supervisão do BCE, que defende a redução da dimensão dos bancos, ou a existência de accionistas com perspectivas temporais mais curtas para o seu investimento, que não estariam interessados num processo longo e complexo de fusão de actividades em vários países", realça o gestor da XTB.


"A concretizar-se a fusão, de que duvido, haveria um beneficiado indirecto: o Novo Banco iria ser vendido com a banca portuguesa com uns múltiplos mais apelativos", conclui João Pereira Leite.

 

Ver comentários
Saber mais bolsa fusão BCP BPI OPA analistas mercado investidores CMVM
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio