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Oferta de Isabel dos Santos não é hostil e visa "reforçar núcleo duro de accionistas da PT"
A empresária angolana pretende ser investidora da Oi no Brasil e garantir a manutenção da unidade do grupo Portugal Telecom.
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Isabel dos Santos avançou com uma OPA sobre a PT SGPS com o objectivo de manter a "unidade do grupo Portugal Telecom", refere o porta-voz da empresa angolana numa declaração enviada à imprensa.
"Esta é uma oferta que, embora não tenha sido concertada previamente com a sociedade visada ou com a OI, é positiva e colaborante. Não sendo uma oferta hostil, iremos iniciar de imediato um conjunto de contactos com as entidades relevantes, sabendo que esta nossa iniciativa pressupõe a congregação de um conjunto de vontades", refere.
A empresária angolana Isabel dos Santos avançou com uma OPA sobre a Portugal Telecom SGPS, oferecendo 1,35 euros por cada acção da companhia, o que traduz uma contrapartida de 1,21 mil milhões de euros. O preço oferecido traduz um prémio de 11% sobre a cotação das acções da empresa na passada sexta-feira (1,217 euros).
Segundo a mesma fonte, o "objectivo final é a aquisição de uma participação relevante, mas minoritária e não de controlo, no capital da Oi, permitindo a manutenção da unidade do grupo Portugal Telecom, reconhecendo e potenciando a capacidade tecnológica da empresa, ao mesmo tempo que é reforçada a capacidade da Oi num momento crítico do mercado de telecomunicações".
Acrescenta que "a oferta faz parte de um plano de crescimento de longo prazo e de reforço das capacidades e dos activos humanos das empresas envolvidas e propõe uma contrapartida financeira justa e equitativa".
Fonte próxima de Isabel dos Santos disse ao Negócios que outro objectivo desta oferta visa "reforçar o núcleo duro de accionistas da PT, que ficou enfraquecido" com saída da Caixa geral de depósitos e o que aconteceu ao BES.
Salientou que há uma "diferença substantiva" entre esta oferta e a que a Altice fez pela PT Portugal. Esta oferta é feita em "Portugal e no mercado", enquanto as outras são no "Brasil e fora do mercado".
Segundo a mesma fonte, não há intervenção dos bancos portugueses no financiamento da operação, que será conseguido através da banca internacional e capitais próprios.