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Mais uma gestora de fundos americana entra no capital da Oi
A Marathon Asset Management passou a deter 9,2% do capital da Oi, empresa brasileira em recuperação judicial. A empresa assegura que não tem qualquer acordo relativo a direitos de voto.
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Mais um dia passou e mais uma gestora de fundos norte-americana passou a ser accionista da brasileira Oi. Desta vez, é a Marathon Asset Management, com sede em Nova Iorque.
A empresa, que se centra na análise de crédito e que responde perante investidores, tem 9,2% do total de acções preferenciais da Oi, de que a portuguesa Pharol (antiga PT SGPS) é a principal accionista, segundo o comunicado emitido no site do regulador brasileiro do mercado de capitais, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
No comunicado, a Marathon deixa claro que "não tem a intenção de alterar ou afectar a composição do controlo ou alterar a administração da companhia; (ii) não possui outros valores mobiliários ou derivativos referenciados em acções da companhia; e (iii) não é parte de qualquer acordo que regule o exercício de direito a voto ou a compra e venda de acções de emissão da companhia".
O esclarecimento é feito num momento em que a Oi está em recuperação judicial de forma a evitar a insolvência, um pedido que será discutido pelos accionistas em assembleia-geral a 22 de Julho.
A aquisição de participação de acções preferenciais da Marathon, que ocorreu num dia e a um preço não identificados no comunicado, segue-se a uma outra compra revelada um dia antes pela PointState, que detém 5,16% das acções ordinárias da Oi (o capital da empresa é representado por títulos preferenciais e ordinários). O Morgan Stanley e a BlackRock também estão no capital da empresa, segundo recentes comunicados à CVM.
De acordo com o site, a Bratel, detida integralmente pela portuguesa Pharol, é a principal accionista da Oi, com 22,24% do capital da Oi (na soma entre acções preferenciais e ordinárias). Outro dos grandes accionistas da empresa, para além do Banco de Desenvolvimento do Brasil (BNDES), é a Bridge Administradora de Recursos, com 5,92% do capital.
Fundo pede saída da administração
É a gestora Bridge Administradora de Recursos que representa a Societé Mondiale Fundo de Investimento em Acções, o accionista da Oi que pediu na semana passada uma assembleia-geral extraordinária onde quer aprovar a destituição dos administradores da empresa brasileira ligados a Portugal: Rafael Mora, Nuno Vasconcellos, Palha da Silva, Pedro Morais Leitão, João Vicente Ribeiro, João Castro, Pedro Guterres, Maria do Rosário Pinto Correia e André Navarro.
A Pharol já respondeu publicamente a este pedido de assembleia-geral, que será decidido em conselho de administração, alertando os restantes membros do conselho não visados pelo pedido para investidores que só querem "retorno oportunístico".
A Pharol é a antiga PT SGPS, esvaziada dos seus activos operacionais, que ficou com a posição na Oi na sequência do falhanço da combinação de negócios entre as duas operadoras, devido ao investimento feito pela empresa portuguesa no Grupo Espírito Santo. Uma combinação que está a ser investigada em dois inquéritos diferentes pelo regulador brasileiro.