A Oi, que está em processo de recuperação judicial, tem uma dívida avaliada em 65,4 mil milhões de reais. Este é o valor que foi reportado aquando do pedido de protecção contra credores, em Junho. Contudo não será o valor final.

O jornal Globo noticiou este fim-de-semana que a dívida da Oi poderá aumentar em cerca de dois mil milhões de reais. Em causa estão facturas já emitidas mas que foram processadas depois do dia 20 de Junho. A mesma publicação revelava que estavam em causa cerca de 13 mil credores, entre pessoas físicas, pequenas empresas e bancos.

O regulador do mercado de capitais brasileiro pediu esclarecimentos à Oi sobre esta notícia. E a operadora de telecomunicações, detida em 22,24% pela Pharol, admite que o valor está efectivamente a crescer.

"A companhia esclarece que está avaliando eventuais notas fiscais que não tenham sido processadas até o dia 20 de Junho, data do ajuizamento do pedido de recuperação judicial das empresas Oi, com vistas a actualizar a lista completa de credores das empresas Oi", revela a operadora em comunicado emitido durante a madrugada desta terça-feira, 19 de Julho.

"Contudo, tal levantamento ainda não foi concluído, de forma que não é possível à companhia informar o valor actualizado da dívida", acrescenta a mesma fonte, que adianta que assim que for possível apresentará o valor final ao tribunal.

A questão do aumento da dívida foi apenas uma das várias perguntas colocadas pelo regulador à operadora, tendo por base notícias veiculadas na imprensa. Outra questão está relacionada com a entrada de novos accionistas, uma informação avançada pelo próprio presidente executivo da Oi, Marco Schroeder, em entrevista ao Valor Economico.

O responsável afirmou que se está a assistir à compra de acções por parte de investidores, revelando que têm entrado vários fundos de investimento no capital da operadora brasileira: "Quem está a comprar pode ser especulador, mas está a comprar a acção porque acredita que tem alguma saída para o investimento dele".

No comunicado emitido hoje, "a companhia ressalta que já é pública ao mercado a intenção de que o processo de reestruturação de dívida das empresas Oi envolva uma troca de parte de suas dívidas por participação na Oi." Ainda assim, ainda não houve alterações relevantes, até porque a empresa ainda não conseguiu chegar a acordo com os credores.