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CEO da Oi avisa que actuais accionistas vão perder força
Parece certo que a Pharol terá a sua participação na Oi diluída, segundo disse o presidente executivo da brasileira em entrevista ao Valor Económico. Marco Schroeder acredita que há investidores interessados em entrar na Oi.
"O que tenho para oferecer é: quanto vou pagar num novo título de dívida e quanto ele vai receber em acções. Não tem mais muito milagre". A frase, com sotaque brasileiro, é da autoria de Marco Schroeder, o presidente executivo da Oi, em entrevista ao jornal brasileiro Valor Económico.
Embora não seja claro na forma como poderá acontecer, o novo CEO da empresa brasileira admite que os actuais accionistas da Oi (a portuguesa Pharol é a maior accionista, com 22,24%) vão perder peso na estrutura accionista no âmbito da recuperação judicial que está em curso.
A recuperação judicial foi interposta pelo novo presidente depois de Bayard Gontijo ter abandonado o cargo por não ter chegado a acordo com os credores. Na altura, o acordo previa que os detentores de obrigações ficariam com 70% do capital da Oi ficando os actuais accionistas, entre os quais a Pharol, com os restantes 30%. Mas os credores queriam ficar com 90% do capital. Era preciso negociar mais.
Marco Schroeder acredita que seria possível baixar essa diluição mas não havia tempo, pelo que se desistiu da negociação e avançou-se para o processo oficial de recuperação oficial para fugir da insolvência. A Oi tem uma dívida de 65,5 mil milhões de reais, 20 mil milhões de euros.
O processo de rejeição do entendimento com os credores da Oi está a ser alvo de questões por parte do regulador brasileiro, que tem já duas investigações abertas oficialmente à (falhada) combinação de negócios com a PT.
Assim, seja na negociação com credores, seja na recuperação judicial, a perspectiva de perda de posição da Pharol na Oi parece certa.
Além da diluição da posição accionista, o presidente executivo abre portas, na entrevista à Oi, à entrada de novos accionistas. "Quem tiver interesse vai comprar as acções, como já tem gente a comprar", indica. Têm entrado vários fundos de investimento no capital da operadora brasileira: "Quem está a comprar pode ser especulador, mas está a comprar a acção porque acredita que tem alguma saída para o investimento dele".
A entrevista à Pharol não tem qualquer referência ao pedido de assembleia-geral extraordinária que o accionista Société Mondiale Fundo de Investimento em Acções, representado pela sua gestora Bridge Administradora de Recursos Ltda, com 5,92% do capital, quer que seja agendada para destituir administradores da Oi ligados a Portugal (incluindo o presidente da Pharol, Luís Palha da Silva).