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Accionista da Oi dá mais tempo para votar destituição de portugueses
A Societé Mondiale Fundo de Investimento em Acções, representada pela gestora Bridge Administradora de Recursos, deu até 22 de Julho para que a administração da Oi marque uma assembleia que vote o afastamento de Palha da Silva.
Há pelo menos mais uma semana de incerteza na Oi. A accionista que pede a destituição dos administradores ligados a Portugal, incluindo o presidente da Pharol Palha da Silva (na foto), concedeu mais uma semana para que a administração marque uma assembleia-geral para votar aquele afastamento.
"A Société Mondiale Fundo de Investimento em Acções, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 20.588.268/0001-01, neste acto representado por sua gestora Bridge Administradora de Recursos Ltda., inscrita no CNPJ/MF sob o nº 11.010.778/0001-42, vem a V.Sa. informar que concede prazo adicional à companhia até 22 de Julho de 2016 para convocação da assembleia-geral extraordinária, tal como requerida em 7 de Julho de 2016", indica o comunicado colocado no site oficial da operadora brasileira.
Foi na semana passada, a 7 de Julho, que a accionista pediu o afastamento da administração da Oi de Rafael Mora, Nuno Vasconcellos, Palha da Silva, Pedro Morais Leitão, João Vicente Ribeiro, João Castro, Pedro Guterres, Maria do Rosário Pinto Correia e André Navarro. A contestação foi seguida pela proposta se substituição por outros nomes, para que haja um "conselho com pessoas capacitadas, todos conselheiros independentes". Foi dado um prazo de até oito dias que chegava esta sexta-feira ao fim.
Até esta sexta-feira, a administração não agendou qualquer assembleia-geral extraordinária da Oi, pelo que há este comunicado da Bridge, que detém 5,92% do capital, a adiar até à próxima sexta-feira, 22, para que a administração convoque a referida reunião. Caso tal não seja feito, "o accionista reserva-se no direito de convocar a referida assembleia directamente como lhe faculta a lei".
No dia 22, haverá uma assembleia-geral de accionistas da Oi mas para discutir outro tema, nomeadamente o processo de recuperação judicial, em que a operadora evita a insolvência. Neste momento, há já credores contra o plano.
"A companhia manterá seus accionistas e o mercado informados sobre o desenvolvimento dos assuntos objecto deste facto relevante", assinala ainda no comunicado a empresa. A Pharol, por ter os seus administradores representantes na Oi visados pelo pedido, já veio avisar contra accionista que só querem "retorno oportunístico".
De acordo com o site, a Bratel, detida integralmente pela portuguesa Pharol, é a principal accionista da Oi, com 22,24% do capital da Oi (na soma entre acções preferenciais e ordinárias). Outro dos grandes accionistas da empresa, para além do Banco de Desenvolvimento do Brasil (BNDES), é a Bridge Administradora de Recursos, com 5,92% do capital.
Neste momento, a estrutura accionista tem mudado com a entrada de novos accionistas, como fundos de investimento, na antecipação da assembleia-geral que decidirá a recuperação.