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Depois do lítio, Lusorecursos pede licença para explorar ouro em Braga

A empresa de Braga anunciou ter pedido ao Estado a concessão de uma licença experimental de exploração de ouro em Vila Verde, Braga, dias depois de ter avançado com um pedido semelhante para explorar lítio em Montalegre.

11 de Dezembro de 2017 às 14:15
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O grupo Lusorecursos, que tem estado em litígio com a australiana Novo Lítio por causa da prospecção de lítio em Sepeda, Montalegre, anunciou ter requerido a licença de exploração de uma mina de ouro numa área no concelho de Vila Verde, distrito de Braga.

De acordo com uma nota da empresa, a que o Negócios teve acesso esta segunda-feira, 11 de Dezembro, o pedido de licença experimental de exploração foi feito pela Lusorecursos MRC no passado dia 6, um dia antes de terminar o prazo da licença de prospecção - cujo contrato, válido por cinco anos, tinha sido assinado a 7 de Dezembro de 2012.

O pedido de exploração da mina em Marrancos, Vila Verde, avançou depois de a empresa ter obtido "resultados positivos quanto à rentabilidade da mina" durante a fase de prospecção e pesquisa. A companhia garante ainda que tem a "capacidade financeira e técnica" para o desenvolvimento dos trabalhos.

"A Lusorecursos procura, dessa forma, preservar o interesse público, os recursos naturais do País e contribuir para que as políticas públicas conduzam a que o valor acrescentado desse recurso fique de facto em Portugal e não seja capturado por empresas que, muitas vezes, substituem o interesse nacional pelo interesse especulativo," refere a mesma nota, que acrescenta que a empresa quer "construir um autêntico cluster dos metálicos em Portugal", juntamente com outras empresas do grupo.

Na área em questão da concessão, que envolve os concelhos de Vila Verde, Ponte da Barca e Ponte de Lima, a empresa tinha uma licença para a prospecção de ouro, prata, volfrâmio e estanho. Além destes dois projectos (Marrancos e Sepeda), o grupo assinou ainda - também em 2012 e através da Lusorecursos MLG - um contrato de prospecção de ouro, prata, volfrâmio e estanho em Melgaço, além de ter vários pedidos de licenças registados, de acordo com o site da Direcção-geral de Energia e Geologia (DGEG).

A companhia, sediada em Braga e que tem Ricardo Pinheiro como um dos sócios, tinha entregado em meados de Novembro um pedido semelhante - de licença de exploração - para a concessão de Sepeda, Montalegre, cuja validade terminava também a 7 de Dezembro deste ano. Um processo para a prospecção de lítio envolto em controvérsia, já que a Novo Lítio reclama direitos sobre esta área e sobre outros pedidos de licença invocando um contrato assinado nesse sentido com a Lusorecursos.

Na semana passada, os australianos avançaram com um pedido próprio de licença para exploração de lítio naquela mesma concessão, argumentando que pretendem "proteger os direitos da empresa sobre o activo caso o pedido de licença da Lusorecursos seja rejeitado pela DGEG por falta de capacidade técnica e financeira," mesmo depois de ter visto recusada uma providência cautelar e de o Estado reconhecer a Lusorecursos como seu interlocutor nesta matéria.

Novo Lítio reorienta estratégia na Europa

Ainda esta segunda-feira a Novo Lítio, igualmente num comunicado, anunciou que vai concentrar-se no desenvolvimento de outros projectos europeus para além do de Sepeda, garantindo no entanto que continuará empenhada na batalha judicial para "proteger os seus interesses" naquela concessão e que se encontra "solidamente financiada".

Segundo a nota, a empresa procurará novas jazidas de lítio no norte de Portugal nos próximos meses e espera obter da DGEG "várias das licenças solicitadas pela empresa e que não se encontram sobrepostas a outras empresas," assegurando ainda que os estudos preliminares estão concluídos e as equipas prontas a ir para o terreno logo que haja luz verde para as licenças.

O objectivo é, segundo a companhia, garantir desta forma um maior recurso global deste mineral na região para justificar a construção de uma fábrica de carbonato de lítio para baterias no país, um investimento que foi inicialmente admitido pelo CEO da empresa, David Frances, e que poderia chegar aos 370 milhões de euros.


Além da presença em Portugal, a Novo Lítio anunciou que obteve na semana passada as licenças de perfuração para o projeto de lítio Spodumenberget, na Suécia, e que quer começar a perfurar no primeiro trimestre de 2018.

As acções da Novo Lítio, cotadas na bolsa australiana, caíram 15,25% esta segunda-feira, para 0,05 dólares australianos.

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