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Próxima administração da RTP terá de resolver dívida de 143 milhões

A administração da RTP que hoje se demitiu comprometeu-se a reduzir a despesa em 80 milhões de euros até 2013, ficando ainda por abater a dívida de médio e longo prazo que é neste momento de 143 milhões de euros.

31 de Agosto de 2012 às 22:44
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Na sequência de Miguel Relvas, ministro com a tutela da comunicação social, ter anunciado em 2011 um plano de reestruturação da RTP, que implicaria uma redução de 150 milhões de euros das transferências do Estado à empresa, a administração presidida por Guilherme Costa apresentou um Plano de Sustentabilidade Económica e Financeira, onde estava prevista uma redução de custos de 80 milhões de euros até 2013. Guilherme Costa dissera na altura acreditar na sustentabilidade da empresa nestes moldes, tendo em conta que, aos 150 milhões de euros de receita adquirida com a cobrança da taxa audiovisual, a empresa previa arrecadar 30 milhões de euros de receitas comerciais.

A redução de custos dos 260 para os 180 milhões de euros ficou alicerçada em vários pressupostos, estando um deles enquadrado na venda de um dos canais da RTP, conforme o previsto no Programa de Governo. O que permitiria uma redução de encargos operacionais de cerca de 40 milhões de euros. Previsto estava ainda o corte de 20 milhões de euros em despesas de cooperação estratégica. No plano estava ainda prevista uma redução do mesmo valor relacionada com as ineficiências da empresa.

Em traços gerais, contemplando a saída de 300 trabalhadores da empresa, este foi o modelo em que Guilherme Costa disse sempre acreditar, mesmo depois de o ministro Miguel Relvas ter anunciado que iria retirar a publicidade do canal generalista que ficaria nas mãos da empresa depois da privatização. A recente mudança de planos do Governo, abrindo a possibilidade de concessionar a RTP 1 e fechar a RTP 2, caiu agora mal junto da administração, que acabou por apresentar hoje a demissão, sem que ainda seja conhecida uma posição oficial.

O compromisso com a redução dos custos operacionais da empresa já havia, no entanto, sido estabelecido entre a administração presidida por Guilherme Costa e o Governo de José Sócrates, depois da situação das contas públicas se ter agravado no ano de 2010. No segundo semestre desse ano, a RTP determinou um corte na despesa operacional de 12 milhões de euros até ao final do exercício.

Ainda com o anterior Governo, depois da quebra do rating da República, a RTP viu-se obrigada a renegociar a sua dívida com o banco Depfa, cuja data de amortização prevista era 2016. Assim, em Janeiro deste ano a empresa abateu 344,5 milhões de euros da dívida que chegou a ser superior a mil milhões de euros quando Morais Sarmento, nos tempos do Governo de Durão Barroso, decidiu avançar para um Acordo de Reestruturação Financeira.

No final do primeiro semestre de 2012, o passivo da RTP a médio e longo prazo era de 143 milhões de euros, de um empréstimo que se prevê que seja pago até 2022.

Além disso, a empresa ainda continua com capitais próprios negativos. Com base numa previsão realizada pela administração em 2011 estes deverão ser de 124,6 milhões de euros. Em 2010 e 2011, a RTP alcançou resultados positivos de 15,1 milhões de euros e de 18,9 milhões de euros, respectivamente.
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