Alianças: a palavra-chave para descrever a nova estratégia da General Electrics (GE) em relação à sua proposta de 12 mil milhões de euros para a unidade de energia da Alstom.

A Bloomberg avança esta segunda-feira, 19 de Maio, que a empresa norte-americana está em conversações com várias companhias francesas para equacionar possíveis vendas, parcerias ou concessões. O objectivo: garantir a aprovação e apaziguar as divisões no seio do governo francês no que diz respeito ao acordo.

O próprio CEO da empresa, Jeffrey Immelt, em carta de 29 de Abril citada pela Bloomberg, já tinha assegurado ao presidente francês, François Hollande, que respeitaria "o carácter soberano" da indústria nuclear francesa, mostrando uma posição flexível quanto a eventuais parcerias com empresas daquele país.

A imprensa internacional já tinha dado conta, a 9 de Maio, da intenção do executivo liderado por Manuel Valls em confiar o negócio da energia eólica à francesa Areva – actualmente a principal da Alstom -, depois de o presidente François Hollande ter considerado a proposta da GE como "não suficiente nem aceitável".

Impulsionado por este negócio, o governo francês decretou na semana passada um alargamento do seu poder de veto no que diz respeito a aquisições de empresas do país por interessados estrangeiros. O executivo estava então dividido quanto àquela que seria a melhor proposta: o ministro da Economia Arnaud Montebourg mostrava preferência pela Siemens; a ministra do ambiente Ségolène Royale considerava a proposta da GE a mais adequada.

Ainda assim, explica a Bloomberg, Arnaud estaria interessado numa venda da unidade de produção de componentes ferroviários da GE à Alstom, numa troca directa no que diz respeito às áreas em que as duas empresas desejam focar-se. A agência noticiosa explica que existem, contudo, diferenças no que diz respeito à actividade das empresas a este nível: se a GE se foca nas locomotivas de carga, a Alstom dedica-se aos comboios de passageiros.

Nesta terça-feira, 19 de Maio, os ministros reuniram-se novamente com Manuel Valls e François Hollande, que lhes deu indicações para "continuar a melhorar as propostas" para a Alstom, informa o "Le Figaro"

Depois de uma primeira oferta falhada, a Siemens poderá mesmo estar de volta esta semana com uma nova proposta, uma vez que mantém o interesse nos negócios das energias renováveis e de redes de distribuição energéticas da Alstom, diz a Bloomberg. Uma nova proposta da GE não está, para já, em cima da mesa.