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Siemens contra-ataca com proposta para ficar com energia da Alstom

A General Electrics avançou com uma proposta de compra do negócio de energia da Alstom, mas a Siemens não quer deixar sair da Europa essa componente. E propõe-se ficar com esse negócio, dando metade da sua área ferroviária. A Alstom fez saber, este domingo, que vai reflectir na sua estratégia e comunicará a decisão a 30 de Abril, quarta-feira.

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What Does General Electric Want From Alstom?
27 de Abril de 2014 às 20:05
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A Siemens contra-ataca na pretensão de ficar com parte do negócio da francesa Alstom. Este fim-de-semana os alemães da Siemens fizeram uma proposta para ficar com o negócio de energia da Alstom, oferecendo a entrega da área ferroviária. Uma proposta que pretende travar a intenção da norte-americana General Electrics de ficar com a Alstom, operação que valeria 13 mil milhões de dólares, mas que não foi do agrado do Governo francês. Agora, a opção pode ser a de uma ligação franco-alemã para impedir que os americanos fiquem com uma componente “apetecível” da francesa Alstom.

 

A Siemens volta à carga, depois de ter falhado idêntico negócio em 2004, altura em que a Alstom acabou por receber ajuda pública de 2,2 mil milhões de euros, numa iniciativa do então ministro das Finanças francês, Nicolas Sarkozy (que viria mais tarde a ser presidente de França). A operação foi travada há 10 anos, mas agora poderá ser a alternativa para a Alstom ficar em mãos europeias. Na proposta da Siemens, a Alstom ficaria com uma posição fortalecida na área ferroviária e a Siemens na área da energia, depois de ter comprado, precisamente à Alstom, a parte de gás.

 

Embora sendo uma empresa privada, o ministro da Economia francês, Arnaud Montebourg, veio, assim que foi conhecida a oferta da General Electrics, a público lembrar que o Governo tem influência na decisão, já que as vendas da Alstom estão fortemente alavancadas nos contratos públicos da companhia ferroviária SNCF e da companhia de capitais mistos de electricidade EDF.

 

O ministro da Economia não se mostrou, Segundo os jornais franceses, apoiante da venda à General Electrics, mas já referiu, em relação à proposta da Siemens, de que esta conduziria à criação de “dois campeões europeus e mundiais nos domínios da energia e dos transportes”.

 

O jornal Le Figaro escreve que a Siemens está disposta a oferecer metade do seu negócio ferroviário, incluindo o segmento do comboio de alta velocidade (que tem uma carteira de encomendas de 5,4 mil milhões de euros) e de locomotivas (com encomendas de dois mil milhões de euros), a que acresce uma oferta em dinheiro. De fora, ficaria o negócio ligado aos metros. O jornal alemão Handelsblatt fala, mesmo, num valor para o negócios de 10 a 11 mil milhões de euros.

 

A Reuters refere que a Alstom emprega 18 mil pessoas em França, ou 20% da sua força global, contra as dez mil da General Electrics e sete mil da Siemens. A mesma agência noticiosa diz que os accionistas da Alstom estariam de acordo com a proposta da General Electrics. A principal acionista é a Bouygues que detém 29%.

 

O negócio de energia corresponde a 70% da Alstom. O grupo, liderado por Patrick Kron, realizou um volume de negócios de 20 mil milhões de euros e emprega cerca de 93 mil pessoas numa centena de países.

 

Reunida este Domingo, a administração da Alstom já fez saber que vai aprofundar a sua reflexão estratégica e que informará o mercado sobre a sua decisão na próxima quarta-feira, 30 de Abril.  De acordo com o Le Figaro, citando a Alstom, a empresa francesa terá solicitado que a sua acção se mantenha suspensa das negociações. 

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