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Santos Ferreira nega contacto com Sócrates antes de ir para a CGD

"Nunca falei com o primeiro-ministro antes de ser convidado pelo professor Teixeira dos Santos", disse Carlos Santos Ferreira no Parlamento. Campos e Cunha afirmara que aquele era o nome que o ex-primeiro-ministro queria pôr na CGD em 2005.

Bruno Simão/Negócios
19 de Janeiro de 2017 às 19:11
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Carlos Santos Ferreira não reconhece a existência de qualquer pressão de José Sócrates para que fosse convidado para a presidência da Caixa Geral de Depósitos.

 

"Nunca falei com o primeiro-ministro antes de ser convidado pelo professor Teixeira dos Santos", assinalou o antigo banqueiro na audição da comissão de inquérito à gestão da CGD, em resposta a perguntas do PSD.

 

Santos Ferreira foi convidado para a CGD nos finais de Julho de 2005 pelo então recém-nomeado ministro das Finanças Teixeira dos Santos, que ocupara o lugar de Campos e Cunha. Este último tinha saído do Governo de José Sócrates e um dos motivos invocados foi a alegada pressão para que Carlos Santos Ferreira substituísse Vítor Martins à frente do banco público, o que se recusara a fazer.

 

Quando Teixeira dos Santos chegou ao Governo, aquela nomeação aconteceu. "Coincidência" foi como o ex-governante classificou a acção. "Tanto quanto saiba, que eu saiba, não" houve pressão do então primeiro-ministro Sócrates sobre o ministro para aquela nomeação, frisou o gestor bancário, que tinha no seu currículo a presidência da Mundial Confiança.

 

"Conheci-o quando foi secretário de Estado do professor Sousa Franco", recordou Santos Ferreira sobre Teixeira dos Santos. "Não eram relações particularmente próximas".

Com Santos Ferreira, Armando Vara e Francisco Bandeira, todos com ligações ao Partido Socialista, foram convidados para a administração da CGD. 

 

"Não houve euforia de crédito na Caixa"

 

Carlos Santos Ferreira sublinhou, na sua intervenção na comissão de inquérito, que o enquadramento macroeconómico era favorável e sublinhou que, no seu mandato entre 2005 e 2007, muitas coisas correram bem: manteve-se a "liderança dos depósitos e seguros".

 

"Registou-se um maior volume de resultados de qualquer mandato na CGD, registou-se o pagamento de 795 milhões de euros em dividendos", aquele que disse ser o maior montante pago de sempre. Houve problemas, sim, no final de 2007, com quebra do produto interno bruto mundial. 

 

Na sua intervenção inicial, Carlos Santos Ferreira recusou ainda a existência de qualquer excesso de concessão de empréstimos no banco público. "Não houve euforia de crédito na Caixa". "Há uma redução da quota de mercado de crédito da Caixa, salvo no que diz respeito a empresas", sublinhou o líder da CGD entre 2005 e 2007.

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