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CGD: Teixeira dos Santos diz que Sócrates nunca o pressionou a nomear Santos Ferreira e Vara

"É uma coincidência". É assim que Teixeira dos Santos classifica o facto de ter levado Santos Ferreira para a CGD em 2005, precisamente o nome que Campos e Cunha diz ter sido sugerido por José Sócrates.

Bruno Simão
12 de Janeiro de 2017 às 18:59
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O antigo ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos assume como suas as escolhas de Carlos Santos Ferreira e Armando Vara para líderes da Caixa Geral de Depósitos em 2005. Não houve pressão de José Sócrates, garantiu.

 

"O primeiro-ministro [José Sócrates] nunca me pressionou no sentido de fazer qualquer mudança ou de nomear fosse quem fosse para a administração da CGD", declarou Teixeira dos Santos na comissão de inquérito ao banco público esta quinta-feira, 12 de Janeiro. 

 

Na semana passada, o antecessor Campos e Cunha defendeu que José Sócrates o tinha pressionado para demitir Vítor Martins da presidência da CGD, tendo sugerido a substituição por Santos Ferreira. O ex-primeiro-ministro desmentiu.

 

"Na altura, desconhecia que houve essas pressões. Pessoalmente estava convencido de que ministro anterior estava interessado em levar a cabo essa mudança", comentou, em resposta ao CDS, o antigo ministro socialista. Teixeira dos Santos lançou até críticas a Campos e Cunha: "Não basta resistir a pressões; é preciso clarificar as situações. Apesar de se ter resistido às pressões, não se clarificou a situação".

 

Campos e Cunha saiu do Governo em Julho, tendo apontando as alegadas pressões do líder do Executivo para mudar a cúpula da Caixa como uma das razões. Teixeira dos Santos substitui-o. E tirou Vítor Martins da CGD. "A decisão [de demissão de Vítor Martins] foi tomada em finais de Julho de 2015, decisão do ministro das Finanças, que tinha tomado posse há cerca de uma semana ou semana e meia antes", assumiu Teixeira dos Santos.

 

"Uma coincidência"

 

Para o lugar de Vítor Martins, Teixeira dos Santos chamou Carlos Santos Ferreira, com Armando Vara como vice-presidente. Campos e Cunha tinha dito que estes nomes lhe tinham sido sugeridos por Sócrates. O agora presidente do BIC conta que nunca recebeu essas indicações por parte do primeiro-ministro de então.

 

"Foi uma escolha minha", disse Teixeira dos Santos sobre Carlos Santos Ferreira. "Uma pessoa com experiência no sector financeiro e um grande tirocínio. É inquestionável o currículo do Dr. Carlos Santos Ferreira para o desempenho dessas funções".

 

"Foi escolha minha", disse igualmente Teixeira dos Santos sobre Armando Vara. "Uma pessoa que era quadro da Caixa, que fez carreira, para além da carreira política, no interior da Caixa e era director-coordenador da Caixa. Foi esse o critério de escolha, além de que era uma pessoa que conhecia, tinha sido meu colega no Governo de António Guterres".

 

Teixeira dos Santos disse ter falado do nome de Carlos Santos Ferreira com José Sócrates por iniciativa própria e que foi ele que avançou o nome. Questionado pelo deputado centrista João Almeida se era uma coincidência o facto de Campos e Cunha ter dito que o nome fora sugerido pelo primeiro-ministro e o facto de Teixeira dos Santos ter pensado, por sua iniciativa, naquele mesmo nome, o ex-ministro concordou. "Eu creio que é uma coincidência". Mas também acrescentou que "ninguém está em condições de comprovar" a alegada sugestão feita a Campos e Cunha por Sócrates.

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