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Teixeira dos Santos defende que Governo nunca deu orientações na CGD

"Que eu saiba, a Caixa não interferiu no BCP", diz o ex-ministro das Finanças referindo-se à guerra accionista de 2007. Teixeira dos Santos recusou qualquer papel nas decisões de investimento na CGD.

Bruno Simão
12 de Janeiro de 2017 às 21:01
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Fernando Teixeira dos Santos argumenta que o Governo de que fez parte, entre 2005 e 2011, "nunca" deu quaisquer orientações para concessões de crédito ou de investimentos em determinados financiamentos na Caixa Geral de Depósitos. 

 

"O Governo nunca deu orientações no sentido de financiar este projecto em particular", assegurou o ministro das Finanças do Governo de José Sócrates na comissão de inquérito à CGD esta quinta-feira, 12 de Janeiro.

 

Segundo o antigo governante, "o que se esperava era que a Caixa fosse uma instituição de referência no sector bancário". Na audição, Teixeira dos Santos faz uma avaliação positiva do trabalho nesse sentido desenvolvido por Carlos Santos Ferreira e Armando Vara, que estiveram na liderança do banco entre 2005 e 2008.

 

"É uma avaliação positiva, porque os indicadores da actividade da CGD demonstram isso", afirmou, acrescentando que tal foi conseguido ao mesmo tempo que não se reduziu a qualidade do crédito global. "A CGD mostrou o dinamismo que se esperava na actividade económica. 2007 foi o ano de mais forte crescimento na última década e meia", adiantou.

 

Contudo, Teixeira dos Santos fez questão de deixar claro que a CGD não é o único banco que sentiu a necessidade de constituir imparidades elevadas para cobrir eventuais perdas em créditos concedidos naquela altura e cujo peso acabou por contribuir para a capitalização de 5.160 milhões de euros do banco em 2017. O agora líder do BIC garante que se vai encontrar atitudes idênticas noutros bancos "decididas na mesma altura".

 

"A CGD não é uma vítima especial da conjuntura que afectou o país", frisou o ex-governante.

 

"Que eu saiba, a Caixa não interferiu no BCP"

 

Questionado sobre o financiamento da CGD a accionistas do BCP na altura da guerra accionista que teve lugar no banco privado, em 2007, Teixeira dos Santos disse nada saber do tema. "Que eu saiba, a Caixa não interferiu no BCP".

 

De acordo com o líder do BIC, a situação ligada ao BCP com que foi confrontado enquanto ministro das Finanças foi quando Carlos Santos Ferreira disse que iria terminar o mandato no banco público e que não estava disponível para continuar. O banqueiro havia sido convidado para liderar o Millennium BCP.

 

Teixeira dos Santos não quis responder se se tinha sentido traído por Santos Ferreira ter ido para o BCP, depois dos financiamentos concedidos pela CGD para a guerra accionista que aí tinha lugar.

Na sua audição, o ex-ministro recusou qualquer pressão ou sugestão de Sócrates na escolha de Santos Ferreira e Vara em 2005, nomeados uma semana e meio depois de chegar ao Governo.

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