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Santos Ferreira: Governo de Sócrates não deu ordens para chumbo da OPA da Sonae à PT

"Não falei com nenhum membro do Governo nem nenhum membro do Governo falou comigo". A afirmação é de Carlos Santos Ferreira, ex-presidente da CGD, sobre o papel do banco no chumbo à OPA da Sonaecom sobre a PT.

Bruno Simão/Negócios
19 de Janeiro de 2017 às 22:18
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O antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos, Carlos Santos Ferreira, recusa ter recebido indicações do Governo de José Sócrates para impedir a compra da Portugal Telecom pela Sonaecom em 2007. 

 

"Não falei com nenhum membro do Governo nem nenhum membro do Governo falou comigo", assegurou Santos Ferreira na audição desta quinta-feira, 19 de Janeiro, na comissão parlamentar de inquérito. O tema da conversa que não aconteceu era a posição que o banco público, com 5% da PT, deveria tomar na assembleia-geral de Março de 2007 da operadora, para determinar a desblindagem dos estatutos, ponto essencial para o sucesso da oferta pública de aquisição lançada pela Sonaecom.

 

O gestor que liderou a CGD entre Agosto de 2005 e Dezembro de 2007  admitiu ter falado com "outras pessoas", incluindo representantes da Sonae, por exemplo, e também uma "pessoa nomeadora assessora do Governo para efeitos da privatização, Dr. Luis Vaz". Segundo noticiado, o assessor do Executivo foi alvo de buscas pelo Ministério Público no âmbito da Operação Marquês, que investiga também a eventual influência do Governo naquela operação. A CGD era accionista da PT que também tinha o BES como accionista. Ricardo Salgado, o antigo presidente do banco, foi constituído arguido esta quarta-feira neste processo. 

 

Santos Ferreira disse, aos deputados, que a decisão de chumbo da proposta de desblindagem de estatutos da PT, que matou a OPA do grupo Sonae, foi decidida pelo conselho de administração que liderava no banco público. Embora o tenha afirmado, ressalvou que a decisão já tinha alguns anos. "Se a memória não me está a inventar uma história, o conselho de administração pronunciou-se no sentido de não aceitar a OPA com dois membros a absterem-se".

 

Segundo o antigo líder da CGD, o preço oferecido pela Sonaecom (inicialmente 9,5 euros, depois 10,5 euros) "não era suficientemente atractivo". Dez anos passados, Santos Ferreira acredita que a decisão foi a correcta: "O conselho da CGD, por aquele preço, 10,5 euros, procedeu bem". 

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