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Rui Vilar pondera demissão e pode deixar CGD sem administradores não executivos
Ao Expresso, o vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos adianta que ainda pode sair. "Irei pesar as razões antes de decidir", afirma. O conselho de administração da CGD pode ficar sem membros não executivos.
O vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos pode sair do cargo. A demissão é uma hipótese que está ainda em cima da mesa, como o número dois do banco público admite em declarações ao Expresso. Saindo, a instituição financeira fica com todos os administradores não executivos demissionários.
"Estou ainda a ponderar. Aceitei [o cargo] por serviço público. Aceitei aliás na condição de não receber vencimento. Irei pesar as razões antes de decidir", adianta Rui Vilar ao Expresso.
Riu Vilar é vice-presidente da CGD, número dois de António Domingues que este domingo anunciou a demissão da presidência do banco público em diferendo com o Governo e com o Presidente da República.
Vilar é um dos quatro administradores que não renunciou ainda ao seu cargo. É, aliás, o único administrador não executivo que não deixou o cargo, pois Pedro Norton, Angel Guaraya e Herbert Walter abandonaram as suas funções, juntamente com os gestores executivos Emídio Pinheiro, Henrique Cabral e Paulo Rodrigues da Silva. Pedro Leitão, Tiago Navarra Marques e João Tudela Martins são os nomes que, juntamente com Rui Vilar, não anunciaram a demissão.
Os administradores não executivos têm como função servir de contrapeso e de fiscalização aos membros executivos, estes que asseguram a gestão quotidiana do banco.
No comunicado da CGD à CMVM, com a divulgação das renúncias, não é dito quando as renúncias têm efeito. Contudo, o Governo anunciou, em comunicado divulgado ontem, que Domingues ficará até ao final do ano.
O primeiro-ministro revelou que espera apresentar ao supervisor único, Banco Central Europeu, um nome ainda esta semana. Depois, o calendário fica nas mãos da autoridade presidida por Mario Draghi.
Entretanto, Rui Vilar afirmou ao Expresso que irá apresentar as declarações de rendimentos e património junto do Tribunal Constitucional. António Domingues, adianta também o semanário, vai igualmente fazer o mesmo. O Negócios noticiou ontem que a demissão de Domingues foi por falta de confiança política de Domingues no Governo e no Presidente da República.