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Monte dei Paschi recebe luz verde para alargar troca de dívida por acções
O Monte dei Paschi obteve a autorização do regulador para alargar o programa de troca de dívida por acções até 21 de Dezembro. Este é o último esforço para o banco poder obter um aumento de capital privado.
O italiano Banca Monte dei Paschi di Siena teve luz verde do regulador para alargar o seu programa de troca de dívida por acções, avança a Bloomberg. A oferta de troca de títulos de dívida por acções vai envolver cerca de 4,5 mil milhões de euros de títulos Tier 1 e Tier 2. Vai começar esta sexta-feira e prolonga-se até às 14 horas da próxima quarta-feira, 21 de Dezembro, de acordo com o comunicado do banco citado pela Bloomberg.
Esta operação é a última oportunidade para o banco poder realizar um aumento de capital de cinco mil milhões de euros de forma privada, o que evitaria uma intervenção do Estado italiano sobre o Monte dei Paschi.
Além disso, a instituição, que tem até ao final do mês para realizar o aumento de capital, vai complementar o levantamento de capital através de uma troca de mil milhões de euros de títulos híbridos, emitidos em 2008 e conhecidos como FRESH.
Ainda assim, esta operação parece não estar a convencer os analistas. Manuela Meroni, do Banca IMI SpA, numa nota citada pela agência, apontou que "vemos um forte risco na execução deste aumento de capital".
Na última quarta-feira, 14 de Dezembro, o Banco Central Europeu (BCE) rejeitou oficialmente o pedido do italiano Banca Monte dei Paschi di Siena para alargar o tempo que tem para realizar o seu aumento de capital de cinco mil milhões de euros.
O banco queria ter até 20 de Janeiro do próximo ano para concluir o processo de recapitalização, um pedido que foi assim negado pela instituição liderada por Mario Draghi, tendo o banco a data limite de 31 de Dezembro para o aumento de capital.
Já na altura estava a ser avançado que o líder do banco, Marco Morelli, estava a tentar encontrar financiadores para a reorganização do banco que pode limpar a folha de balanço do Monte dei Paschi através da alienação de 28 mil milhões de euros em créditos considerados de má qualidade. A instituição financeira ponderava, avançava a imprensa na altura, pedir aos investidores no retalho para trocarem dois mil milhões de euros em obrigações subordinadas por acções, no caso de haver autorização do regulador para eliminar algumas cláusulas que desencorajaram os aforradores de participarem numa troca anterior, escreve ainda Bloomberg.
Por esta altura, as acções do banco avançam 0,87% para 20,84 euros mas, ao longo desta secção, já subiram 4,94%.